Não era fácil para Lúcia pensar em tudo que tinha passado ultimamente. Sabe aqueles tempos na vida quando tudo acontece?  Olhou para fora da vidraça,  chovia aquele dia  e os dias de chuva sempre a faziam pensar ainda mais em seus problemas.
Ah! a caixa de fotografias! Era o que mais gostava de fazer em um dia de chuva! Correu para seu quarto e alcançou, no guarda-roupa, aquela caixa cor-de-rosa.

Sentou-se no sofá como uma criança e a abriu.  Resolveu sacudir a caixa e sortear uma foto.  Puxou uma  onde ela segurava um chocolate chamado Diamante Negro.  Por um instante fechou os olhos  e lembrou-se daquele gosto, dos  pedacinhos de malte que se misturava a um sabor do melhor chocolate do mundo.

Ela tinha 7 anos; a foto era em um jardim na casa de sua avó, onde passava férias. Sua tia, considerada a mais bonita da  família, trabalhava fora e toda Sexta-feira lhe trazia  aquele chocolate. Passava a semana toda sonhando com aquele dia, e lembrou-se da sensação que qualquer tristeza que enfrentasse  na semana, seu chocolate poderia curar tudo. 
Lúcia parou, com aquela foto na mão, olhando para a chuva que caia lá fora. Pensou que tudo que precisava agora era saborear um Diamante Negro.
Trocou-se rapidamente, pegou seu carro e voou para a Mercearia do Sr. João. Foi direto onde sabia que aquele mágico chocolatinho estaria chamando seu nome.

Voltou para casa, e sentou-se no sofá. Abriu devagar a embalagem e aquele tão conhecido aroma chegou ao seu nariz. Respirou fundo aquele momento de felicidade. Fechou os olhos e saboreou, com vontade, um tempo feliz de  sua infância. E quando sentiu os pedacinhos conhecidos do malte em sua boca, voltou a ser aquela menina irreverente, quando seu único problema na época  resumia-se em esperar por aquelas mágicas Sextas-feiras.

Tema: Chocolate

 
Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 06/07/2021
Reeditado em 06/07/2021
Código do texto: T7293950
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.