Manhã nebulosa na praia do recanto.
Da ponta do nariz à (dez) metros ergue-se uma parede impossibilitando de ver a tênue linha do céu e mar.
Traquinagem do filho de Iemanjá que noite anterior não gostara dos presentes ali deixados.
O grande general discordando de todo esse aparato aparece tentando amavelmente convencer teu irmão a relevar o valor das oferendas.
Das matas vem o irmão da fartura avaliar os presentes recebidos por sua mãe, que busca ajuda ao alquimista amigo de seu filho Oxóssi.
Ouvindo burburinhos chegam os deuses Xangô e Iansã garbosos e silenciosos aguardam o desenrolar dos fatos.
Deusa da enchente obá com Ewá e Oxumaré trazendo leveza e energia ao grupo reunido.
Com tubo de palha trançada Omolu e sua mãe nanã Buruku pressentindo o portal das dimensões trazendo benevolência aos ânimos agitados.
Triunfante adentra-se as névoas Oxalá respeitado como o grande pai pede licença para ver as oferendas: aliança de casamento, pulseiras, colares, lenços coloridos, bonecas com trajes dourados, tiara prateada, flores brancas, garrafas de champanhe.
Iemanjá junto a Oxalá separam os presentes devolvendo a maioria fica apenas com as flores brancas.
Brincando suavemente com as ondas a bela criança faceira Logun Edé
Rodopia pedindo a Exu que iniciou todo o conflito sobre oferendas que sopre um leve vento desfazendo a névoa e retornando todos os presentes à praia.
Esperando divisar o céu e o mar fiquei com as oferendas aos meus pés, sabendo que a devolução era apenas para proteger o lar de minha mãe Iemanjá.

Fim
elaenesuzete
Enviado por elaenesuzete em 28/08/2021
Código do texto: T7330153
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