Coração Amarelo

Era uma vez um homem sem camisa, sentado com seu filho,

um garotinho com uma jaqueta amarela de capuz.

Estavam tirando autorretratos em um local arejado e limpo,

dois dias antes da primavera, com uma sensação extra

de que os minutos, os sons e as cores podiam descrever

energias e pulsos de vida.

Era uma segunda-feira de igualdade,

com o pai presente, companheirismo e alegria.

Os olhos afiados do pai, talvez por defesa,

mostravam serenidade e justiça, quase inabalável.

Seus pensamentos eram leves e esperançosos.

O garotinho de jaqueta amarela era enérgico,

não tinha papas na língua e costumava chorar quando queria algo,

mas também gargalhava despretensiosamente,

com sua força de viver e uma infância simples.

Com quase quatro anos de idade, já investigava

monstros alados e cidades apocalípticas,

algo comum na infância, tentando resolver os problemas do mundo

com suas primeiras palavras.

Ele imaginava cenários, dava nome e vozes aos objetos.

O pai sem camisa, de peito aberto, guardava com cuidado

cada registro, sabendo que a infância passa rápido demais.

Sidcley Barbalho Junior
Enviado por Sidcley Barbalho Junior em 24/09/2021
Reeditado em 21/04/2023
Código do texto: T7349734
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