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Seguiam todos o mesmo caminho, rumo à fronteira onde os pesadelos se agitavam, até serem engolidos pela ilusão de uma vida melhor. Eram dedicados na aventura em que haviam depositado todas as esperanças. Uns cantavam, outros contavam maravilhas de um futuro que nem sabiam se chegaria. Outros ainda aprendiam o valor da recompensa por se terem deixado ir numa viagem com gente tão positiva. A energia irradiava por todo o lado, mas não atingia todos, como aquele homem que seguia a sós, em absoluta discrição, sem que alguém se desse conta das decisões que ele pudesse tomar. Porém o seu ar de silêncio, definido na pele curtida, deu nas vistas, ao mais pequeno dos viajantes, um anão que deixara o emprego certo pela aventura épica de dias ainda mais gloriosos, cheirava-lhe que havia ali algo mais naquele silêncio permanente. Quando os seus olhares se cruzaram ele teve a certeza que ele transportava um segredo maior que a sua própria existência. Ao chegarem à fronteira, alguns militares fizeram parar toda a gente. O silêncio tornou-se viral. O homem calado e o anão chegaram-se à frente e algo perturbante aconteceu. O primeiro olhou para o céu e este enegreceu, levantou a mão esquerda, sorriu e todos os militares dançaram. Levantou a mão direita e um caminho se abriu para todos passarem sãos e salvos a caminho dos sonhos prometidos.
Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 27/09/2021
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