A pianista em Stuttgart

Uma coisa era certa. A moça, além de linda tinha um talento incrível. Os críticos a achavam exagerada nos gestos e jogadas de cabelos. Também a julgavam pelas roupas provocantes, vestidos de grifes com decotes profundos. Quinn estava maravilhado com Khátia.

Havia conseguido um lugar na primeira fila, estava num dos cantos e, para ele, a melhor posição.

Khátia sentava diante de seu piano com classe. Usava um vestido de decote profundo nas costas, ela fazia gestos teatrais, jogando a cabeça para trás e tombando para frente cobrindo seu belo rosto com seus cabelos castanhos escuro. Seus dedos eram ágeis sobre o piano apertando as teclas brancas e pretas com incríveis habilidades.

O maestro lhe deu o sinal e ela começou Allegro ma non tropo, foi com uma sutil delicadeza. A plateia observava num prazeroso silêncio, inclusive Quinn. O violino e o contrabaixo chegaram discretamente. Como se desperta de um longo sono, Khátia acordou seu piano, os dedos ágeis agiram com incrível destreza em força e velocidade sobressaindo da orquestra foi algo mágico, inexplicável .

Quinn Admirava também a beleza da moça. Os músculos de suas costas moviam com graciosidade eram bem desenhados, fruto de um longo e dedicado tempo ao piano. Os movimentos de suas escápulas e os músculos agiam em total harmonia e destreza. Sem dúvidas ele estava fascinado pela beleza da pianista. Talvez fosse mais graciosa pelo fato de estar tocando, era uma moça bonita. Mas ali de costas para ele executando tão bem o piano, sua beleza chegava a quase perfeição.

Foi uma noite sublime. Na volta para o hotel pensava em Khátia e na sua apresentação. Quinn aproveitou o bar aberto do hotel e se permitiu uma garrafa de Riesling. Bebeu solitário toda a garrafa do vinho branco.

Foi levemente cambaleante para seu quarto, dormiu com a maravilhosa visão das costas de Khátia e o som de seu piano ao ouvido.

Wesley R. Curumim