(...)

Mary acordou no sofá, abraçada a Aldrew. Por um instante pensou que pudesse ser um sonho aquilo que viveu na noite passada. Chegou a cogitar a possibilidade de não estar boa das ideias por causa da gravidez.

 

- Será que surtei e imaginei que o meu namorado me violentou?

 

Mas ao olhar para a mesa posta, percebeu que tudo aquilo era real e que precisava agir rapidamente, antes que ocorresse uma tragédia.

 

Acordou disposta para o café conjunto na sala especial. Ele permanecia roncando no sofá. Trocou de roupa e foi caminhar no entorno do hotel. Tudo era tão estranho. as sensações da gravidez, as reações de Aldrew. De uma noite para a outra a vida tinha virado de pernas pro ar e mary não sabia o que fazer. 

 

Ligou para o seu amigo Neil, com quem partilhava suas angústias. O rapaz de viagem à Austrália, não podia fazer muito, mas acalmou-a dizendo que não fizesse nada até que ele retornasse.

 

Mary voltou para casa e acordou Aldrew dizendo que precisava voltar a trabalhar com urgência, pois a agência a havia recrutado para um dos trabalhos mais importantes do  Estados Unidos e que não poderia perder essa oportunidade.

 

Aldrew ficou surpreso, mas afirmou que era a sua grande oportunidade, logo a incentivou a arrumar tudo que iria levála ao aeroporto e depois deste trabalho, que duraria seis ou sete dias, eles se encontrariam novamente para irem ao Dr. Reyne.

 

E assim, ela passou em casa, arrumou as malas e foi para o aeroporto. Despediu-se de Aldrew e ficou aguardando o voo que nunca viria. Depois de duas ou três horas, chamou um táxi e voltou para casa.

 

Já em casa, com o teste em mãos, passou a pensar em quais seriam as consequências de sua gravidez, caso a levasse adiante. Chorou compulsivamente, pois sempre sonhara em ter uma família e agora tudo estava despedaçado. Ligou para Neil e respirou profundamente como quem tivesse tomado a decisão:

 

- Não impora o que aconteça. Eu vou ter essa criança, Neil.

- Mas os contratos em andamento? E a viagem? E o amor da sua vida, miss?

- O maior amor da minha vida sou eu! 

 

Desligou o telefone e deixou apenas o Wifi ligado. Precisava sumir por aqueles dias. Eram provações demais para o início do inverno mais frio de sua vida. Não haveria cobertor que a aquecesse. Aquele inverno a teria mostrando o pior tempo de toda ou qualquer estação, o frio de um coração.

 

(...)

 

Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 25/05/2022
Reeditado em 25/05/2022
Código do texto: T7523694
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.