De lugar nenhum

Quero conexão.

Por mais que eu tenha essa vontade enrustida eu não consigo prosseguir ou ao menos confiar que possa haver um futuro promissor. Não tenho fé, crenças, princípios, sonhos, objetivos, sou desiludida, frustrada, deprimida, desesperançosa e pessimista. Não tenho a quem recorrer, nem pai, nem mãe e tampouco irmãos...

Sobre isso eu sou órfã de ambos os lados, um é um fantasma e o outro é um demônio, nem com eles eu tenho intimidade, nao tenho tios paternos ou maternos para visitar, primos ou primas para fofocar e brincar, não tenho avós e nem a voz necessária para dizer que queria poder me aproximar, mas nao me sinto digna de um Almoço de domingo com a família.

Aliás, eu não pertenço a nenhum lado, eu simplesmente não existo, eu vago por aí, o que uma pequena bastarda merece? Nada, e o nada é pior que tudo.

Élida Souza
Enviado por Élida Souza em 24/06/2022
Reeditado em 04/02/2024
Código do texto: T7544928
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.