*O FILHO DA OXUM*

Na cidade mineira de Santos Dumont

seus habitantes eufóricos com a grande

e ambicionada inauguração da ferrovia.

Adentrando a fazenda Dumont

de propriedade do pai de Santos Dumont

inauguração datada em 1890.

Vovó Olinda uma preta velha mística

dotada de poderes mediúnicos ao bem

da caridade além disso uma ótima parteira

reverenciada por todos na cidade.

Naquele dia vovó foi chamada as presas

para fazer o parto da senhora custódia

a preta velha Olinda, se viu em momentos

intrincados com o parto da criança.

Existia uma força oculta dificultando

aquele nascimento, criança e mãe sofriam

Olinda pediu licença para jogar os búzios

na presença de todos.

Surpreendida com a leitura ela foi

categórica, isso é discórdia entre

orixá a ele destinado.

Ele é filho de mamãe oxum com ogum

minha gente, tendo exu para guardar

suas costas, mas exu que tomar sua

cabeça, que ser seu orixá de frente.

Vovó pegou uma cabaça, um chocalho

feito de uma cabaça com alguma coisa

oculta em seu interior, a chacoalhando

nos quatros cantos do quarto.

Benzendo o ventre de custódia em dialeto

yoruba no domínio que existia na matéria

herdado por seus ancestrais, olhando

para os pais perguntou qual seria o nome

da criança.

Responderam-lhe, se for menina mariana

se for menino Júlio Cesar, vovó bateu

palma treze vezes, dizendo em nome de

oxalá se faça presente a sua origem

venha ao seu mundo Júlio Cesar.

Chorando forte sadio nasceu o menino

vovó Olinda lhe pega nos braços dizendo

oxum, ogum seus pais espirituais terás

fortuna e glória, oxum deusa da riqueza

é senhora d’água doce.

Ogum o orixá das guerras lhe dará uma

imensa força em seu caminho, abrindo

sua estrada, exu guardião da porta da

rua, e das encruzilhadas estará contigo

defendendo-te dos inimigos sendo ele

seu protetor de sua costa.

Passam-se trinta anos o que vovó Olinda

disse na quele dia em 1890, se desempenha

Júlio Cesar tornou-se um homem rico

com extração de minério, ateu aberto

não acreditava nos seus orixás.

A cidade de Santos Dumont tornou-se

para ele pequena, mudando para o

litoral paulista banhado em ouro

conheceu Sarita uma desfrutável

o que ela possuía de beleza, possuía

também de perversidade.

Júlio Cesar passou a viver com Sarita

mudando tudo em sua vida, tendo em

pouco tempo sua fortuna diminuída

uma anêmica doença o matando aos

poucos, seguindo os conselhos de

um amigo procura uma tenda espírita.

Aos sons dos atabaques Júlio Cesar

incorpora-se não vendo mais nada

com seu exu que protegia sua costa

diante do pai Dedé e do Ogã, exu fala

que Júlio Cesar estava jurado de morte.

Trama feita por Sarita e o oculto amante

que a mesma estava lhe roubando dando

o dinheiro para o outro macho, pediu para

Júlio Cesar não comer mais nada em sua casa

Sarita estava pondo veneno em sua comida

uma famosa erva chegada da china.

Exu pediu uma oferenda na encruzilhada

um bode preto a meia-noite em ponto, com

um sino amarrado no pescoço com uma fita

vermelha, se Júlio Cesar o fizesse exu iria

ajuda-lhe daria para ele uma amostra do

que estava dizendo.

Júlio Cesar pagou para ver, indo com pai

Dedé entregar o bode chegando no local

a meia-noite o pai de santo lhe ordena

para soltar o bode, o animal desapareceu

num passe de mágica.

Passando uns dias ele acha uma carta entre

os pertences de Sarita, descobrindo toda trama

confirmando o que seu exu tinha falado no

terreiro de pai dedé , Sarita entregou o amante

de alcunha fumaça perigoso bandido tendo a

polícia em sua captura, Sarita foi trancafiada.

Em uma madrugada uma força estranha o

levou para praia caminhando pela areia

de repente sorrindo com a boca cheia de

dentes de ouro, com um winchester lhe

fazendo pontaria, encontrava-se o fumaça.

Nessa hora formou-se um vento muito forte

na areia, ouve-se um barulho característico

de um sininho se aproximando, aparece o bode

preto em fúria num golpe letal, cravando os

chifres no peito do bandido fumaça caindo

morto aos pés de Júlio Cesar.

(O bode lança um olhar afirmativo)

ao Júlio Cesar, saindo caminhando lentamente

pela praia, Júlio Cesar no ímpeto da curiosidade

e no seu agradecimento pergunta quem é você

o exu ou o bode?

Primeiro ele ouviu uma longa gargalhada

logo em seguida uma voz severa lhe diz

não respondo a sua pergunta porque

ela me soa fútil.

SAM MORENO
Enviado por SAM MORENO em 11/12/2007
Reeditado em 23/06/2021
Código do texto: T773094
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.