Conflitos Casuais.

Quanto silêncio a vida queria deixar no lugar do amor. Resignadas as noites não mostravam outro caminho. O corpo molhado em lembranças, prendia nas horas a rotina torpe da solidão.

Com a inspiração da alegria, foi embora a vontade de escrever e ler os poemas recantistas.

Um desentendimento banal, contrariando sorrateiramente a paixão. Acordando no vazio, outro dia resplandecia, permaneceu no leito com os olhos fechados, procurando expandir sua loucura por mais cinco minutos. Ao colocar os pés no chão, já havia retomado o destino, desprezando a tristeza.

Não tinha mais o que pensar, ele estava chegando de improviso. Calados, parados diante do beijo aparentemente tranqüilo. Os apelos magistrais dos corpos foram atendidos. Saciados, juntinhos nada mais era necessário dizer e contagiada pelo sorriso lhe voltara ao pensamento os quatro meses que fortemente negou o amor, não por orgulho, mas por ter se sentido em segundo plano, uma vez que, a raiva por alguns instantes lhe tomou o lugar na mente de Álvaro.

O perdão não foi invocado, nem poderia, para Leica a possibilidade de perdoar se distancia do afeto, porque o amor é sublime não entra em batalhas. Sendo assim, o tempo é mais poderoso que os empecilhos ou as remissões feitas pelos humanos.

Nesse contexto carinhoso dos dois, alguns pontos não foram esclarecidos e certamente a vida irá expor a mesma ideia em outra estação. Contudo, o amor venceu a renúncia e com exatidão ofertou ao casal a realeza de conviver com o surgimento constrangedor de uma frase interpretada errada ou da falta de conversar observando os traços comportamentais já vividos.

O poder invencível das letras ressurgiu agradavelmente, intensificando o prazer de versar o que diz o coração.

Norma Barros
Enviado por Norma Barros em 14/12/2007
Reeditado em 06/08/2018
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