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Renata sabia que era hora de fugir quando ouviu os gritos dos pais na cozinha, correndo para a casa da amiga.  Sentiu um sentiu um nó na garganta quando viu Joana abrir a porta com um sorriso. Ela abraçou a amiga com força, sem conseguir dizer uma palavra. Joana sempre estava pronta para acolhe-la em sua casa, mesmo quando sua mãe reclamava que ela nao avisava antes. Mas ela sabia como era dificil viver em uma familia problemática, pois ela mesma tinha perdido o pai em um acidente de carro.

- Você quer ir ao bosque hoje? - perguntou Joana, pegando duas garrafas de água na geladeira.

- Claro! - respondeu Renata, animada. - É o nosso lugar favorito, não é?

- É sim. Lá nós podemos esquecer de tudo e só ser nós mesmas. 

As duas haviam descoberto esse pedacinho de paraíso um dia, quando exploravam a cidade. Parecia lugar de filme, coberto por árvores altas, flores, canto de pássaros. Sentavam-se à beira do riacho, molhando os pés. Joana sempre ficava em silêncio, respeitando a dor de Renata, deixando que ela falasse. Algumas vezes o choro calava sua voz.  

O barulho da sirene de uma ambulancia na rua, arrancou Renata de seus pensamentos. Levantou-se e  abrindo  a cortina fez uma prece.  Voltou a sentar na sala,  e por um instante sentiu saudades de Joana. Por onde ela andaria? Deitou a cabeça na cadeira e fechou os olhos. Imaginou-se deitada na grama com ela, olhando a copa das árvores, ouvindo os pássaros, e adivinhando os desenhos das nuvens no céu. Percebeu que, ainda hoje, aquele bosque encantado conseguia acalmar sua alma. Respirou fundo e pegou o celular procurando o número de Joana. Talvez fosse a hora de reatar aquela amizade que tanto lhe fazia falta.

 

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Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 25/07/2023
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