A Desobediência das formigas

Conhecedoras de seu ofício , a formiguinha zuzu levantou cedo, como suas irmãs e ouvindo as instruções do dia

proferida pela rainha, sua mãe,  pra irem   desenvolver suas tarefas diarias, com a resalva de nao  irem retirar folhinha da beira do corrego, que o inverno estava chegando.

Com tudo pontuado elas saíram pra um novo dia.

Assim numa espécie de louvor Zuzu saiu dizendo:

Bom dia jardim, bom dia farofinha, outra formiga muito amiga dela, que pronto respondeu: bom dia dia minga amiga, vamos trabalhar.

A formiga Zuzu, nem bem saiu pegou o seu primeiro fardo, uma tala de folhinha e entregou no almoxarifado do formigueiro. 

Farofinha subiu e correndo encostou em sua amiga dizendo:

- Zuzu posso te acompanhar?...

Zuzu a olhou e abraçou....replicando:

- claro que sim. Sabe farofinha a cada dia você está mais bonitinha.

São seus olhos Zuzu, terminou ela.

Caminhando juntas foram onde as outras irmãs estavam. Só que ali já haviam coletado todas as folhinhas  possíveis. E a se perguntar o que fazer, foram ao capataz:

- Aqui acabaram as folhas. O que devemos fazer  agora?

Ele as olhou e disse:

- Bom dia pra vocês também.

Meio que sem jeito, elas perdidas na afobação, se desculparam e o cumprimentaram.  Fazendo a seguinte pergunta:

- capataz ali atrás das pedras está repleto de folhas,  que ainda não fora coletada,  podemos ir lá coletar?...

Ao levantar a cabeça,  o capataz cerrador viu o local, mas falou:

- não,  ali não.  A rainha foi alertada da proximidade do inverno,  por isso o que foi coletado já servirá , embora não seja o suficiente, mas racionando conseguiremos passar pelo inverno.Dito isso saiu do lado delas e foi auxiliar outro grupo .

Farofinha,  olhou ao redor e falou a Zuzu...vamos ver atrás das pedras.

- vamos. Apoiou zuzu.

E as duas seguiram, as escondidas do capataz ao local proibido.

Abundância de folhas e talos no chão convidavam e cegaram-nas do conselho. Ao ponto de ambas na euforia, correrem a pilhar muitas outras folhas , sem se darem conta da instabilidade do tempo que a rainha antecipará.

Dizia a catadora farofinha:

-  Só o que coletarmos será  o suficiente .

- É amiga, e nem será preciso racionar. Será que a rainha vai ficar feliz conosco?...Finalizou Zuzu.

Enquanto farofinha continuava:

- Com certeza ela ficará feliz.

E carregando aquele mundo de folhas farofinha foi subindo e subindo a ladeira.

Já Zuzu ergueu o seu feixe de folhas, mas a chuva firmada nos cantos arriou, com pingos fortes, quais a jogaram- na pra o lado do rio e o feixe caiu na água.

Naquele instante o nível do corrego se elevou e a água da chuva descendo morro abaixo veio com violencia  tirando a possibilidade de Zuzu fixar-se em terra firme. Caiu na água que corria ligeira e não conseguia se agarrar em nada.

Aquele corpo frágil desgovernado batendo nas pedras começava a desistir,  quando farofinha surgiu numa folha comprida do abacateiro juntamente com outras duas formigas e elas a resgataram da água gritanto a dizer:

- formiga não abandona formiga.

Agradecida e meio atabalhoada, zuzu abraçou as amigas, que festejavam o resgate cantando de alegria no caminho para o formigueiro.

Lá chegando todas foram chamadas a sala da rainha,  que agradeceu ao resgate da Zuzu e também a  quantidade de folhas conseguidas para suprir a necessidade do formigueiro.

Em seguida a rainha dispensou as outras duas que ajudaram no salvamento, sendo enfática com farofinha e Zuzu , quando falou:

- espero que nunca mais vocês desobedeçam uma ordem expressa e tenham aprendido a lição. Ainda bem, que terminou tudo bem,  mas se Zuzu morresse?...

As duas se olharam e ficaram pensando. E a rainha continuou:

- As vezes a vontade de fazer, não deve ser maior que a razão,  porque se não, alguém pode se ferir. A vida é mais preciosa do que qualquer travessura , do que qualquer alimento, do que qualquer matéria, pra vocês se esforçarem em desobedecer.

As duas humildemente pediram desculpas a rainha, que desculpadas, as encaminhou ao refeitório e as suas divisões de descanso.