Um flagrante do artigo 32

Luísa e Reno saíram para fazer trilha, numa noite de luar. Andando por um bosque de São Paulo, sob uma temperatura de dez graus as quatro e vinte da manhã naquele início de quarta-feira feira, agasalhados, com uma mochila leve, contendo água e frutas, sob uma garoa arretada.

Apos umas horas de caminhada resolverem descansar, quando ouviram uma incitação anormal naquele local. Parecia um ritual, com gritos desmedidos em tons de reza e fumaça no meio da mata.

Preocupados com o fogo, naquele meio ambiente,

que também protegiam, mesmo com a garoa foram investigar. Lá chegando depararam com três moças, um alguidar, uma cachorrinha toda enfeitada, vinho barato derramado, velas acesas e um indivíduo, todo fantasiado de baiana com uma faca nas mãos a direcionar a cachorrinha como a fazer o seu sacrifício, que fora de imediato nterrompido pelo grito de Luísa.

-ei...o que você vão fazer?!...

Um silêncio mórbido incomodou os íntegrantes daquele rito, que reagiram dizendo:

- Caiam fora. Aqui não tem nada pra vocês.

Luísa insistiu com furor, pensando, situações extremas, necessitam de medidas extremas. Aproveitando sabiamente a presença máscula de seu irmão, mesmo cauteloso e tremendo de medo, ela falou austeramente:

- Se você ousar fazer alguma coisa com esse animal te mato aqui mesmo...

E partiu como louca em direção aos discípulos e também do tal pai de santo, que largou a faca e saiu com suas adeptas desesperado gritando:

- Meu Deus, essa mulher é louca mesmo. E se embrenhou na mata com as três adeptas, sem sequer olharem para trás.

Reno e Luísa, então calmamente se aproximaram do ambiente sinistro, desamaram a cachorrinha vira-lata, tom amarelo parda, com pelos rústicos, toda molhada desses refugos de vinho, que ao sentir-se livre, levantou-se meigamente agradecida, sem entender nada, com aquele ar triste, que lhe parecia peculiar, toda alegre, abanando o rabinho, de uma forma tão inocente, carente, que a moça, Luísa, tão comovida após limpá-la com água do seu cantil e enxuga-la , abraçando-a, juntamente com o Reno, seu irmão a batizou amavelmente de Amora.