5,6,7 e 8 : tudo de novo.

Eu sempre amei demais, isso é um traço forte na minha personalidade. Sempre me dei por inteiro, sempre me joguei de cabeça. Mas eu aprendi que quando se fala de amor, de relacionamento paciência é uma virtude. Eu já tenho muitos pontos no meu coração por causa dessa coisa chamada “pressa”. Eu percebi depois de muita pancada que é necessário ouvir a musica e dançar conforme ela toca. E era isso que eu andava seguindo. Eu parei de tecer sonhos, fantasias de esperar por um “ele” perfeito. Na verdade eu nem estava mais procurando. Parei de sair por aí e beijar umas bocas só por beijar, de ficar por ficar. Decidi que já estava na hora de parar com a historia de “só por uma noite”, eu queria agora ser a garota certa de alguém, eu queria um nós. E enquanto isso não me acontecesse ficaria sozinha.

Eu consegui seguir essa filosofia algum tempo, até que apareceu “ele”. Do nada, do lugar mais inesperado, alguém que pra ser sincera não me interessava nem um pouco. Foi aí que eu errei. Eu permiti que começasse. E ainda me fiz àquela pergunta idiota: "E por que não?"

Ele me ligava, me mandava mensagens no meio da madrugada com ''MEU DEUS O QUE EU TENHO QUE FAZER PRA FAZER ESSA MULHER FELIZ?'‘, '' eu me odeio ao falhar com vc'' , ''quero passar um tempo longo e indeterminado com você'', "Durma com a tranqüilidade de saber que alguém pensa em vc nos momentos mais inesperados'' e coisas desse tipo "breguinha e piegas que no fundo só fazem bem." . ELE me cercava de carinho, ELE me ligava pra pedir pra vir aqui em casa, ELE vinha me ver quase todos os dias. ELE quis fazer parte da minha vida e fez. ELE me deu asas, e eu as usei. Me envolvi e me deixei levar. E foi o máximo, por que só dessa vez eu não eu estava sendo correspondida, eu estava correspondendo. FOI o máximo, isso mesmo. Acabou. Ontem a noite. Ele veio até aqui, como fazia sempre, só que dessa vez ele fugiu à regra e não me fez feliz. Ele me disse que NÓS havíamos ido longe demais e que não queria a palavra compromisso pra ele. Acabou. Fato é que nós vivemos uns 2 anos nesses dois meses. Foi bom, intenso, in-cri-vel.. mas acabou. E adivinhem quem chora agora? eu. E adivinhem quem sofre agora? eu. Eu sempre meto os pés pelas mãos quando se trata de amor, mas dessa vez não fui eu. Eu só fui até onde ele disse que podíamos ir, e depois disse que estávamos indo longe demais. Que estava na hora de parar por que não fazia mais sentido. É realmente não faz mais sentido ele me fazer feliz, tá na hora de me deixar chorando, vocês não concordam? Ele alegou que acabando ele iria parar de me fazer sofrer, de frustrar essa minha vontade louca de ser “nós”. Muito bom da parte dele, esse método que ele utilizou para não me magoar foi tão indolor quanto arrancar um braço.

Ele me deixou aqui reforçando a tese de que eu fui diversão pra ele. E que como qualquer brinquedo eu diverti mais cansei, e agora é hora de me guardar na caixa antes que eu não sirva mais. E eu que costumo ter uma saída pra tudo, rir de tudo, agora fiquei sem rumo. Desarmada. E ao perguntar "então por que você cuidou tão bem de mim?" eu recebo em troca "eu sou assim.". E eu já estou tão exausta de vez as pessoas indo embora da minha vida. Tão exausta de ser a garota que nunca vai dar certo com ninguém, de poder esperar nada de ninguém. E apesar de tudo eu me deixei levar, eu deixei COMEÇAR. Acabou, por que eu permiti que começasse. Por que eu permiti que ele entrasse na minha vida. Fui masoquista, no fundo eu sabia que ia terminar assim, mas continuei.

Volta tudo ao normal agora. Ele lá, eu aqui e sempre alguém pra me dizer “Ele te perdeu Denyse.”. Eu sei disso. Mas são 4 da manha e eu tô aqui por não conseguir dormir. Quem vai sofrer chorar e ficar mal sou eu.

“Acabar”. Eu devia, pelo fato de ela ser tão presente na minha vida, mas eu não odeio tanto essa palavra. “Começar”. Essa sim me causa náuseas

Denyse Barrêto
Enviado por Denyse Barrêto em 23/12/2007
Reeditado em 28/03/2011
Código do texto: T789120