historias da vila - cinema

HISTORIAS DA VILA

CINEMA

Aquele amanhecer prometia um belo dia de domingo cujo primeira tarefa era ir à padaria do Sr. Zé buscar o pão, no caminho encontrávamos vários moradores em busca do frango, das verduras e misturas para o almoço, no campinho aqueles mais fominhas já se organizavam para o futebol, na volta encontramos com o Sr. Geraldo já a caminho da igreja, que sem perder tempo nos cobrou a presença na missa.

Após o café da manhã partíamos para a igreja e quando regressávamos já era horário do almoço, as opções de lazer de domingo da vila era muito pouca para as crianças, já os adultos se reuniam em jogos de baralhos, malhas, futebol e bebedeiras nos botecos, assim a opção para a meninada era as matinês nos cinemas dos bairros, e os moradores tinha 3 opções, o cine São Jose e Eldorado no bairro calafate e o cine salgado filho no bairro onde se localizava a vila.

Por ser mais perto sempre íamos no cinema do Salgado Filho, que também era chamado de forninho, pulgueiro etc.

Partíamos em bando e ansiosos pelos filmes que seria exibido, ao chegar nos deparávamos com toda meninada em uma verdadeira algazarra, a ansiedade tomava conta de todos, qual seria o filme? Quem seria o ator? Nos cartazes anunciavam filmes variados passando de Mazzaropi, Tarzan, faroestes, contos de fadas e vários outros.

No bolso geralmente o dinheiro era a conta do ingresso e se sobrasse mal mal dava pra comprar um picolé, que pelo sabor de infância era o melhor picolé do mundo, tinha também o Chico pipoqueiro com o seu carrinho, sempre atento, porque a nossa tática era juntar muita gente em volta dele e desta forma saborear as pipocas de graça, ele ficava bravo, mas no fundo não se importava, era uma boa pessoa.

Más pra este que voz narra a melhor parte era as trocas de gibis, se via adolescentes com várias revistas na mão, revista de todos tipos e heróis, Fantasma, Tarzan, Mandrake, Tio patinhas, Donald, Mickey e vários outros, e como éramos muito pobres, ter uma revista destas eram um luxo, Só restava acompanhar as negociações e enquanto isto estava acontecendo a gente de maneira rápida e furtiva ia lendo as histórias até que o dono percebesse e nos tomavam aquela revista.

O filme começou e a gritaria era generalizada até que a história do filme envolvesse todos e a torcida pelo mocinho sempre prevalecia.

Terminado o filme, todos voltava para as suas casas carregando as fantasias e lembranças que serão memorizadas por todas as suas existências.

Charles Vagner

Charles Vagner
Enviado por Charles Vagner em 04/12/2023
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