A CARTA QUE NUNCA CHEGOU A DESTINATÁRIA

Microconto

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Úrsula se desesperou quando aqueles brutamontes pegaram seu namorado e desceram o sarrafo nele, sabia que foi a mando do seu pai que não apoiava essa relação. Bruno foi ameaçado e mandado embora e caso insistisse a coisa seria pior.

Passado algum tempo, coisa de dias, o rapaz enviou uma carta através de uma das empregadas da mansão do pai de Úrsula para que a mesma lesse com brevidade. No entanto a missiva foi interceptada pelo velho que desconfiou da empreitada e a ameaçou caso o assunto viesse a tona e ao conhecimento da filha.

Anos se passaram, o pai de Úrsula faleceu, ela, já casada com outro rapaz por imposição do genitor, ouviu da empregada a confissão sobre a carta escrita por Bruno e que foi tomada de suas mãos antes de ser entregue para a sua agora patroa. Nela ele prometia que a esperaria o tempo que fosse possível e que só se casaria com ela, custasse o que custasse.

Bruno não tomou conhecimento do casamento e quando chegou na mansão sabendo que o velho já tinha falecido, surpreendeu-se com aquela que seria a sua amada ao lado do marido. Ele apenas cumprimentou o casal e desculpou-se por externar seus sentimentos com a partida do genitor dela, no entanto entre aquele olhar seu fulminado pelo de Úrsula alguma coisa mexeu com aqueles dois corações. Ele retirou-se cabisbaixo e triste.