Sou minha heroína

Hoje ao ouvir uma música do Abba, "the winner takes it all" , trouxe me a lembrança da tia Neuzinha. A saudade bateu.

Porém foi agora que parei para ver a tradução da letra. Pois quando eu era criança não tínhamos acesso a traduções. Só agora me envolvi na letra.

Percebi, então o quanto tem de mim, tem de um divórcio,

Curiosidade:

"O Abba, um grupo de dois casais da Suécia, viviam o divórcio na época da gravação. Este grupo fez sucesso mundialmente nos anos 70/80.

Só quem foi abandonado(a), sabe da dor excruciante."

Hoje o sentimento não fere, a lembrança não fere. Passaram 11 anos.

Em 2012, tive duas grandes perdas quase simultâneas. Primeiro em outubro dia do professor e em dezembro dia 19 perto do Natal.

A primeira dor, era domingo dia 15 de outubro, dia de culto fui sozinha pela manhã, o meu marido que que tanto queria casar no civil, não quis ir.

Fui, cultuei alegremente. Nesta época eu tinha religião, hoje continuo cultuando e amando meu criador sem os laços religiosos. Sou espiritualista livre de dogmas.

Era quase meio dia quando cheguei em casa, e percebi que ele não estava em casa e o procurei. Liguei e ele não atendia. Fui ao quarto onde ficava nosso guarda roupas e o vi aberto sem as roupas e os sapatos dele. Estremeci, um gelo tomou meu estômago, a vista embasou, não me aguentei nas pernas, bati o joelho no chão quando vi um caderno aberto escrito algo nele. Lá havia uma carta escrita por ele.

Está foi a única explicação até hoje, onze anos depois.

O divórcio foi a revelia, um juiz assinou por mim. Sim eu queria o divórcio, mas não daria, pois não queria ter casado no civil, ele, saiu como um covarde, que lutasse pelo bendito divórcio.

Se sofri?

Claro levei 4 anos para me abrir novamente e me reerguer. Só hoje, 11 anos depois, pude escrever sobre o acontecido.

Mas não foi está a única perda daquele ano. Em dezembro no dia 19, minha mãe veio a óbito e a dor lancinante voltou depois de 2 meses do abandono. Eu havia dito a ele que Deus me mostrara a partida de minha mãe antes do Natal daquele ano, o ano de 2012.

Ele quando me ouviu dizer respondeu que nunca me deixaria numa hora daquelas e que estaria comigo no momento de luto.

Porém não foi o que aconteceu.

Uma dor que não desejo a ninguém, fiquei devastada.

No velório de minha mãe, meus poucos amigos do trabalho estavam comigo, os quais eu nunca esquecerei e serei grata a vida toda.

Os dias seguirão sombrios e lentos.

Mas na virada do ano, dia 31 de dezembro de 2012, a mãe dele, a minha sogra, me ligou pouco antes de ir ao culto da virada. Não para me felicitar um novo ano e sim para contar que a mulher pela qual ele me abandonou estava grávida do filho que tanto sonhei com ele. Ela fez por pura maldade.

Não estou relatando isso para me sentir dolorida ou para causar pena aos leitores. Porém para mostrar que hoje sou bem mais forte, madura e muito feliz.

Estes momentos me derão orgulho de ter superado tamanha dor.

Sou forte, sou alegre, sou única, sou minha luz, sou meu arauto, sou minha heroína.

Sou grata por todos os momentos que passei e principalmente os de dor que me forjaram nesta mulher, nesta super mulher que sou.

Yoursun
Enviado por Yoursun em 09/12/2023
Código do texto: T7950114
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.