Empinando Curica

Na tarde, daquela dia lembrei, que Sophia queria saber como empinar papagaio, pipa em outro lugar.

Então, com o coração e a cabeça, enquanto ela estava no celular, rasguei duas folhas de papéis com pauta. O barulho a fez despertar a me seguir curiosa, a me olhar e perguntava:

- o que o senhor está fazendo?

Caladinho em meu espaço, com as mãos comecei a traçar a curica. Na minha região norte, uma espécie recorte só em papel, com o que chamamos de rabo.

Depois lancei mão da linha de sua mãe e ela a me rodear.Fiz o peitoral na curica e me dirigir ao quintal

mesmo sem vento, passei o tubo por cima de um fio de energia e comecei a mexer, dar cabeçada de lá pra cá e daqui pra lá.

Depois passou pra ela esperimentar, gostou e ficou lá...na valsa minguada do vento, que passava no terreiro de vagar. Entrei na casa e fiz outra pra eu poder com ela brincar.

O azul do céu, as nuvens alvas e vento desordenado passava como a nos carinhar. Ali só nos dois a inventar .

Sonhando, sonhando acordado eu via mais do que um laço emoldurado...

Ela embarcou na miragem indo até as seis horas, quando a curica transitou na frente da Charlotte pra ela, uma cachorrinha pisotear. Mesmo sob protestos de Sophia, que voltou pro lugar ficou a empinar a minha, que com o vento forte, de toda sorte desses nossos brinquedos acabou enrolada no fio, ficando como lembrança pra ela, como assinatura do meu rio, depois que no outro dia, ela me viu partindo.