Um paradoxo.

Tudo o que eu queria era ser livre; completamente livre! Mas não posso. Infelizmente, a vida moderna nos tira toda a liberdade. O Estado, ah, o Estado... o carrasco dos homens livres. Decapitador de pensadores autônomos, impositor de obrigações esdrúxulas, assaltante do capital alheio!... O Estado é o maior inimigo da liberdade. Cheio de regulamentações, burocracias, impedindo que a vida tome o seu fluxo natural. Pobres dos empresários que precisam lidar diariamente com os obstáculos dessa instituição sugadora. Pobres de nós, indivíduos subordinados a essa entidade que em nada representa as vontades individuais, que não respeita a propriedade privada.

Eu queria viver num mundo no qual eu pudesse escolher assinar ou não o contrato social! Que houvesse vários à escolha. E se eu não concordasse com nenhum, que fosse possível, então, criar meu próprio, de acordo com as minhas vontades, meus limites, tudo meu! Ninguém seria obrigado a seguir minhas leis, além de mim. Eu seria minha própria ilha. Eu seria o escudo e a espada! No entanto, há uma exceção! Se alguém atentar contra a minha soberania, irá sentir o gosto amargo do ferro nos dentes. Não por discordar de mim, não por não merecer ser igualmente livre, apenas por ferir minha propriedade. A propriedade é o limite, é o direito natural! Ninguém pode ferir o próximo, é proibido pela lógica, pela natureza, é uma contradição formal, negação da própria vida! Assim como roubo, ninguém pode roubar, pois o roubo também fere a propriedade privada. No mais, é simples: ninguém pode usar a sua liberdade para interferir na liberdade alheia, fora isso, todos podem ser livres, para fazerem o que bem desejarem, sem restrições.