A Toalha Xadrez
Cresci em uma família onde os encontros sempre foram acompanhados de longos papos em torno de mesas fartas.
Na casa de minha avó, tinha sempre uma mesa pronta e nela uma toalha xadrez azul e branca, era incrível como aquela peça me acolhia.
No café da tarde, minha avó ao forrar a mesa, deixava a toalha meio desarrumada e nas rugas formadas eu via caminhos, aquilo me trazia uma sensação de um improviso cheio de afeto.
Não importava o menu, a toalha xadrez fazia tudo ficar grandioso, meus olhos sentiam todo o carinho depositado naquelas refeições.
Enquanto aquela simples peça esteve na prateleira de alguma loja ela era apenas um pedaço de tecido, porém na casa de minha avó ela absorveu toda a energia daquele lar, e guardou todos os sentimentos que cada encontro em torno dela nasceu.
Para mim a toalha xadrez contava histórias, e elas estavam nos caminhos amassados.
Aquele xadrez simétrico de cor suave, onde em cada quadradinho deixei algum sonho, se tornou um grande quebra cabeças e todas as vezes que me sentava diante dele eu tentava montá-lo.
Ainda me lembro do cheiro e da textura da toalha xadrez, ela tinha o cheiro de minha avó, cheiro de amor.
Rose Sànchez