As Duas Aves

Uma escrivaninha se esconde na clareira da alma.

Na mesa a águia pousada em um descanso da longa jornada.

A coruja que enfeita a estante da sala saiu do lugar de honra, foi alçar um voo noturno.

Se fez necessário averiguar tal qual um detetive, como estava a sua Dona vagando nas terras concretas da mente.

Ao levantar suas asas logo chegou sob a luz do luar. Fez seu pouso na árvore mais próxima. Logo notou o que se passava e entendeu o ocorrido, sua Dona ficara presa.

A sua Dona estava longe dias e mais dias da sua sala. Em sua sala ela abre logo de manhã as janelas para o sol beijando as réstias de luz. Lá onde ela todos os dias abraça o vento com seu sorriso gentil.

Então era isso que estava ocorrendo, sua Dona estava presa em um mundo onde não conseguia sair. Um lugar que estavam sugando sua leveza e não podia alçar voo e voltar para sua sala, o seu refúgio onde era seu verdadeiro lugar.

A coruja viu tudo com seu raio de 360 graus e voltou antes da madrugada findar e o sol raiar.

E assim fez seu pouso na mesa ao lado da águia que com um só olhar da coruja, saiu do seu descanso para salvar sua Dona.

Em um voo perfeito a águia seguiu rumo ao sol, viu logo quem procurava. E assim mergulhou em um rasante e capturou sua Dona. Foi alçando voo de 180 graus direto ao céu novamente.

Em pleno voo levou-a reviver ao sol e com sua luz dourada. E assim fez a águia um resgate perfeito.

A vida voltou com sua Dona de volta ao refúgio.

O mundo voltava ao normal, agora ninguém mais ficaria no descanso. As duas aves se olharam e em silencio confirmam são pilares de proteção para sua Dona.

Ah! quem não gostaria de saber sobre a vida no refúgio e quem é sua Dona? A Dona da alquimia da luz perfeita só pode ser ... A Poesia.

Indo adormecer a Poesia sussurra:

“Não ousarei jamais ficar sem as minhas Aves.”