A sorte do Zé

O José Maria sempre foi um Zé ninguém.

Cresceu franzino e meio torto.

Nem no peito mamou. Na escola não rendeu.

Mas a mãe sempre dizia: menino sortudo é o meu Zé.

Depois que a mãe se foi pro céu, entristeceu.

Do armazém do seu Libório virou freguês.

Sentava na porta esperando trocados.

Um dia, dizem que a luz do Zé se alumiou.

O bandido assaltador, no pé do Zé tropeçou.

Logo, o Zé virou herói.

Saiu até no jornal da teve.

Ganhou proposta de artista.

O Zé foi pra capital.

Deram um tapa no visual.

Virou inté capa de revista.

Hoje o Zé não é mais Zé.

Esteve nos estrangeiros.

Ganhou muito dinheiro.

Na cidade se comenta.

Mas que sorte teve o Zé!

Ondina Martins
Enviado por Ondina Martins em 11/04/2024
Código do texto: T8039471
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