A Noite Acabou.

Era dia, o sol disputava com a chuva o terreno, as nuvens confusas, abriam e fechavam-se a todo tempo, e, pessoas amaldiçoavam ao mesmo tempo em que outros abençoavam. No vai e vem na rotina da labuta um homem cançado de mostra-se verdadeiro para quem nem ao menos o reparava, desligou-se em parte daquela rede irreal, mas, ainda deixou ligado na sua memória o carinho por ela, afinal, era verdadeiro, e, coisas desses tipos são cravados na rocha, não rabiscado na areia da enseada.

Ele, perito em partir sem qualquer dano permanente, na manhã da sua decisão, caminhou para a tarde em que o céu chorava o feito. Esse rapaz muitas vezes ficou pensativo no porque de não ter amado, ter se apaixonado, ou, simplesmente, gostado de algo ou alguém. Sem tristezas, com rezas tão profundas quanto as palavras superficiais pronunciadas, ele partiu. Partiu para buscar em algum lugar a razão de ser, de descobrir quem ele pode ser, viver seu mundo aparte dos demais, e com isso, se redescobrir.

Na volta, de volta a seu universo, a tarde se despede para que a noite reine absoluta. Nesse império de escuridão, letras foram surgindo como fantasmas catalogando seu pensar, e, pensou nos tantos risos que tivera com ela durante dois anos e meio, mas, também recorda das inúmeras vezes que foi menosprezado, ou, até mesmo ignorado enquanto introduzia assuntos. Ele com toda sinceridade, só buscava um olhar, não qualquer olhar, mas, um que em seu brilho a verdade fosse tão forte que a luz divina seria descrita como uma vela diante dele. A noite entrou pela madrugada, assim, como suas lembranças, e, quando voltou a si...

A Noite Acabou.

Texto: A Noite Acabou.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 14/04/2024 às 13:31