Abarca o ar!

Ao dormir desligue todas as intempéries que se manifestaram sobre a farta e árdua expectativa de concluir o que a mente e nem o corpo conseguem suportar. Despojar a capa e descalçar as armaduras, e se entregue pleno ao apaziguar da noite. Pregue os olhos, e se esquive, despista o vislumbre do incômodo e no incisivo se permita apenas dormir.

O sol vai raiar amanhã outra vez, sem importar se nuvens vão vagar pelo céu, ou se nubles com trovões e raios, chuva calma ou tempestuosa, ou mesmo um tapete branco de geada que congelou a relva e faz tremer e esfumaçar o bocejar... O dia vai clarear. Você vai acordar, com o sopro da vida. Seja ainda madrugada, ou no despontar do café, coado com a água fervida ao fogo aceso as brasa da noite anterior, com o seu cheiro amargo, doce já é a vida a se manifestar tão ligeiramente agradável.

Olhe para o céu agora, contemple a fresta na cortina entre aberta, a escuridão já apagou a luz, erga os seus olhos, as estrelas estão a sorrir, quão o brilho que há nos teus lábios, escondido pelo mordiscar do temor que fraturou a tua vontade de viver. E na tua face as rugas só te envelhecem e fazem tua áurea transmitir tristeza. Cara amarga de nada compõe valores, se os sentimentos estão a permuta da alegria. Não há velório, nem cortejo fúnebre, ressuscite e busque no profundo do teu desejo o mais amplo sorriso. Visite esses olhos do choro da alegria, e lave a alma, arrepie esse espírito desanimado dentro do teu corpo, tudo pode melhorar, olhe ao seu redor, abarca o ar que onisciente está a te suster, faça os pedaços estraçalhados serem apoio dos sonhos, sonhar é como a graça divina, neles a razão não importa, o imposto é cortejar para que na realidade não ferir o espaço do outrem.

Se pedras estão pelo caminho, recolha-as para quem vem atrás passar com tranquilidade, se assim não teres força sozinho, convide o irmão a ajudar, o egoísmo não farta, a benevolência apazigua e faz harmonia, pense antes da razão para que o coração não sinta arrependimento, e se assim ocasionar, tens o perdão, perdoar não te faz inferior, só engrandece, e os valores que ficam, são raízes lembradas na sociedade, mutuamente caia de joelhos e ore.

Tenha discernimento e sabedoria para lidar com fragmentos que são lançados para desabilitar o teu firmamento, não seja bate e volta sem ter no psíquico ter analisado, deixe entrar no coração, mas nem sempre a ação seja dele, a razão faz o mar ser raso ou profundo para igual.

Converse com o silêncio, exalte os primórdios sons que adoçam os seus ouvidos, alimente-se e na calma escreva o prefácio para dar som aos seus lábios, e da boca fluir palavras com ternura, frutificantes, que sejam contemplativas e reflitam gratificações ao alcançar as conclusões.

Momentos torpes também são aclamados, mas as resoluções nem sempre perfeitas, prevalecem como conceito a todos. Temos impregnados em nós características que nos diferem, nos distanciam, mas os objetivos devem sempre ser pela causa nobre que nos unem aos benefícios na construção da igualdade, seja ela proporcional ao anseio de todos, para todos e não apenas a uma coletividade fazendo divisão.

O que se vive e se agrega, ou o que se deixou passar porque o tempo correu na exatidão da natureza, ou no convés da preguiça não foi possível e perpassou, faça uma compilação dos momentos e sentimentos, passado com o presente para se reinventar e esperar o futuro se envolver com mais brandura na conjunção dos sonhos.

Mestre das Letras
Enviado por Mestre das Letras em 27/04/2024
Código do texto: T8050742
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