O Ladrão.

O Ladrão.

Eu costumo sempre pela manhã dentre 05:00 até 06:00 andar para avaliar sentimentos, temas, e, possíveis criações conforme a vida me mostra. O caminho é sempre o mesmo, saio de casa atravessando a rua onde ficava a antiga fabrica de cigarros Souza Cruz, depois passo pela rua do antigo Olhe o Preço um mercado da minha tão adormecida infância, finalizo passeando pela Rua da Imperatriz. Entre uma e outra se aproximou um pivete que com tom ameaçador pedindo meu celular, calmamente o olhei de cima para baixo, o garoto não deveria ter mais que 17 anos, estava sem camisa, sandália surrada, e, um boné.

Eu não saio sem ouvir som, então ele insistiu na entrega do mesmo, foi então que eu respondi:

- Meu velho. Não posso.

- Me passa essa desgraça.

- Meu caro não e vou lhe dizer o porquê.

Ele me encarou bem fundo e puxou uma faca.

- Você vai dar essa desgraça agora.

- Não vou não. Escute aqui. Se eu lhe entregar meu celular eu vou ficar sem contato com a mulher mais linda do mundo.

- Me dê eeeee.

- Cara você esta entendendo a minha posição. Você não esta vendo que fico entre o Diabo e a cruz. Se eu perder o contato com ela meu mundo acaba, os mares se revoltarão destruindo a beleza das orlas, os desmatamentos serão cartão postal do nosso mundo.

- Não me interessa. Passa logo pra cá.

Então, com a faca em mãos desferiu um golpe seguido de outro atingindo meu braço esquerdo.

- Cara você tirou sangue de mim. Cara não vou lhe dar. Não insista, mas, posso lhe dar coisa melhor e mais enriquecedora, que, além de te deixar rico em palavras, quando você for roubar alguém terá uma gama de palavras tão cultas que quem for sua vitima não só lhe dara o que pediu como falará bem da sua abordagem.

- Você acha.

- De certo.

- Me dê então.

- Ok. Você conhece o YouTube claro.

- Sim.

Então, no YouTube existe um canal intitulado As Palavras que Criam Vida da Autora Djanira Luz. Cara você não tem ideia da gama de riqueza que encontrara neste canal.

- Da para comprar muitas coisas?

- Muito mais. Com esse canal você não só compra como terá tudo o que sonhar. Essas coisas materiais que você quer e fichinha diante de tal conhecimento.

- Então passe pra cá.

Apontando a faca mais uma vez para mim.

- Por favor ladrão não me assalte.

- Passe logo.

- Ok. Anota ai.

Ele pegou um celular de quem não sei, abriu o bloco de notas, e, começou a anotar.

- Certo. O Sr. Disse As palavras que criam vida.

- Isso mesmo.

No próprio celular abriu o canal e assistiu. Ao final sua abordagem já havia melhorado.

- Bom dia Sr. Por obséquio poderia me entregar seu celular? Caso não deseje, tenho que advertir que usarei de força bruta podendo causa-lhe danos físicos.

Depois de dito isso, ele levou a mão até a boca, com olhar espantado falou:

- Cara foi demais. Você viu? Adorei isso, por ter me entregue tamanho valores não quero seu celular, não só porque me enriqueceu, mas, para não te deixar de contatar essa escritora e diga a ela:

- Se ela sonhar em deixar de criar tais textos para o canal, eu mesmo vou roubar-lhe seu celular. Valeu. Siga em paz e se cuida.

Fiquei estático ao ouvir-lo, passado alguns segundos, continuei minha caminhada pensando comigo mesmo:

- É, o que uma cultura não fizer, nada mais faz.

Nota:

Essa tentativa de assalto com os ferimentos de fato aconteceu, o desfecho e os demais é mera criação.

Texto: O Ladrão.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 20/05/2024 às 15:11

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 21/05/2024
Código do texto: T8068314
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