PESADELO

Sempre acordava no meio da noite nervosa e suada. O pesadelo não a largava. No sonho estava sempre em batalha consigo. A nudez era um terror. Um sentimento de "desproteção". A nudez denotava a falta de armas para se defender. Exposição. Sentia-se observada como uma escultura (feia) em um grande museu. Mas percebeu a tempo que precisava sair de si para saber quem era!

E assim mergulhou em si mesma, saindo do externo, soltando sua própria mão... e navegou em mares revoltos, praias desertas, tempestades arrasadoras. Com o tempo e depois de angustiosos fracassos interiores, vislumbrou a calma e a paz. Percebeu que ser feliz é fácil... uma filosofia simples, sem teceturas complexas, sem brocados ou brilhos. Apesar de experimentações (para saber seu próprio cheiro, ou o que é belo para seus olhos, o que é seguro para pisar e o que é bom para comer) chegou inteira. Os pedaços perdidos pelo caminho serviram para formar sua própria trilha... sua própria estrada.

Se não tivesse saido de si, não saberia nunca quem na verdade é.