Trevas

Trevas (20/11/2004)

Te vejo mas não posso te ter

A raiva se instala em minhas entranhas

Preciso sentir dor para me acalmar

Me corto tão profundamente

que atinge minha alma pura

Idéias nefastas de suicídio sobem à minha cabeça

Em meu cérebro se proliferam vermes à sua procura

E meu crânio fica vazio pois só pensava em você

Meus olhos se injetam, preciso de mais

O sangue escorre por entre meus dedos

A dor é minha única e fiel companheira

Não consigo mantê-la afastada um só minuto

É tão presente que já faz parte de mim

Me mutilo ainda mais e me sinto sufocada

Um desconforto confortante me atinge

Me sinto no Céu e no Inferno

Inferno este que me acolhe e acalma

Nele me sinto em casa

As suas brasas me esfriam e confortam

Suas labaredas fazem aumentar meu ódio pelo Mundo

Ódio cultivado por sua causa

A culpa é sua que não me quer

Estou sofrendo por alguém que não merece

nem carinho, nem amor, nem afeto, nem minha dor

Nunca mais serei a mesma... minha Alma apodrece

Se contaminou com o desgosto

Antes eu tinha um olhar como o de uma criança

Agora só resta um vazio, uma angústia

A dor se apodera de mim e me dilacera,

me marca de uma forma nunca antes vista

E em meio a tudo isso, você observa minha queda

Mas minha força de vontade é maior e volto renovada

E você me olhando, presencia minha ascensão

Ascendi de um Sub-Mundo de Trevas e Escuridão

Um Mundo miserável e que consome

a Alma de quem nele habita

mas agora vivo bem e não preciso mais de você.

Lupt
Enviado por Lupt em 08/01/2006
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