PRÓPIOS RUMOS

Desembarcara do trem, em uma estação do Metrô acompanhado pelas bagagens e a saudade do que deixei para traz, saudades de uma vida e sonhos que enterrados não vivem mais.

Parei a observar com atenção os passageiros da composição que também desembarcaram ali, será esse meu recomeço, ou o princípio do meu fim?

Uma tristeza incontrolável tomou conta do meu coração, como pude deixar que me ferissem pra tomar essa direção.

Me sentei em um banco, logo ao lado da estação do metrô, e pensei que lugar é esse, onde será que eu estou?

De repente vi surgir na curva uma fumaça, uma buzina, surgia mais um trem para mais um ponto de chegada, ou digo, de partida?

Enquanto meu pranto se misturava ao som da apressada locomotiva, os pássaros cantavam, como se me dessem boas vindas.

Enquanto a locomotiva se estacionava junto estação, as lágrimas pingavam como chuva, molhando o chão.

Ah nessa hora eu vi, sentada junto à janela, uma moça linda que chorava tanto como eu, meu Deus, o que será que a aconteceu.

Seus olhos me fitaram vermelhos como de quem não tem razão, ou como eu, foi ferida na alma e no coração.

Mas a locomotiva não me deu tempo de perguntar quem era a moça linda que me olhava sem disfarçar

Então sem ninguém ou um sorriso qualquer tomei minhas malas e me coloquei de pé.

Sem destino segui os passos da multidão, que acabara de descer naquela estação.

Da minha cabeça não saia aquele olhar arrebatador, aqueles olhos vermelhos que me deram tanto calor.

Por um minuto me senti tomado pela vontade de vê-la novamente, ela foi à única que me fez no dia me sentir mais contente.

Mais como encontra-la se não sei pra onde ia, se não tenho dinheiro, nem rumo, nem serventia.

Então acordei pra realidade em que estava, com as malas na mão, em frente a uma pousada.

Entrei e fui dormir, após pagar a noite, cansado de tanto chorar as angústia desse meu coração, que me deram esse destino sem direção.

RiQue
Enviado por RiQue em 06/05/2008
Código do texto: T976997
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