Pequeno conto de amor - A Dança dos Corpos - Normanda 16?01/2006 Lia de Sá Leitão

A escrita não limita a dança do casal que se jorram na prateada lua da Lua como quem busca o mais melindroso encontro das emoções. Os corpos vestidos se insunuam, os vultos passam e o pensamento se volta ao que une, ao que agrega, ao que toma e ganha de desmaio em seu corpo ágil a nudez que baila, roupas, calçcados, óculos, são atirados ao léo sem o compromisso do reencontro com os objetos, os corpos bailam. Bailam místicos como nos filmes de amor, como no fogo da paixão que consome as entranhas, no elã dos desejos que se delineiam em toques, cheiros e beijo. Alíngua que beija a ponta da outra lingua e não se aguenta em carícias e se chupam e se degustam e se tocam num primeiro contato de entrega.

A mão errante deslisa atrevida descobrindo a geografia do ser, e o corpo da mulher estremece diante do toque que avança, que segura a carne brana, que bolina com os seios entumescidos, que causa um delicioso arrepio ao redor do humbigo, na mão que aventura o toque mais atrevido e o desmaio da entrega, inesperada entrega que se lança, que se admira pela própria coragem de não deixar partir o clima de poder sentir do outro o fluido que enebria o parceiro em coragem e disposição entre o toque e o uso a distinção do possuir.

O dançarino exrtasiado pela coreografia dos corpos aprofunda num roçar das coxas a sensualidade das pernas que se entrabrem, beijos descrevem arcos inenarráveis entre o pescoço e o queixo, orelhas, ombros e seios.

As mãos que invadem seguram peito robusto daquele que é cavalgado como animal bravio, os pêlos se enriçam, a mão desce sorrateira pela crina e sustenta firme, as peles se identificam na química que exala o amor.

Vira volta, ela retoma a posição inicial e suas mãos seguram-no forte pelas costas, acariciam firmes pressionando a cada investida, beijos, bocas línguas se misturam em um só sabor, em um só calor, e o corpo quente aceita o outro que invade, toma sem razão mas sabe brincar, sair, voltar, rodeiar, voltar a ocupar o espaço de tudo, sem importar com sussuros gemidos ou juras, e os pequenos trinados de prazer, da respiração ofegante, das mãos que se sustentam num último elevo da dança, encantam a sinfonica adoção dos corpos que bailam, que se escancaram em promessas e os momentos se eternizam no ato entre a extrema leveza da posse, ´rincípio básico do ser e do prazer que domina o agente da clandestina obra que embala a vida sem precisar revisar nos maspas astrais as conspirações dos astros. Encontrar sem amarras ou assinatura dos lençóis