Traição...

Sentia-se aborrecida consigo própria, algo de errado acontecera com seu marido e não sabia a que o atribuir. A sessão de sexo matinal que desde o casamento sempre era feita com entusiasmo pelos dois não existira, parecia-lhe que ela em algo falhara para com ele, no entanto era sempre ele que começava com as carícias indutoras, as quais ela respondia com todo o seu amor; Era necessário redimir-se desta situação, rapidamente levantou-se da cama e foi ter com ele à casa de banho, estava ele a fazer a barba com redobrados cuidados.

Começou a despir lentamente a camisa de dormir mostrando o seu belo corpo numa tentativa de o excitar, acabou por ir tomar o seu duche matinal como sempre depois de fazerem amor, mas nem assim lhe chamou a atenção que algo faltara, tinha quase a certeza que ele não resistiria, mas enganou-se, continuou a sua higiene matinal sem que demonstra-se algum interesse por ela.

Já com a água tépida a escorrer-lhe pelo belo corpo, soltou um gemido de prazer, no intuito de o chamar a atenção, debalde continuou tranquilo a escanhoar-se e de seguida foi vestir-se.

- Até logo amor, logo venho mais tarde tenho umas visitas a fazer a uns amigos e sou capaz de me demorar.

- Tudo bem meu querido, mas não achas que algo faltou hoje?

- Tenho pressa amor, foi só por isso.

Este rompimento da rotina estabelecida deixou Luísa pensativa; Será que já não me ama? Será que outra mulher anda nos seus pensamentos?

André tomou calmamente o seu café na pastelaria que se situava defronte de sua casa e dirigiu-se para o seu carro, hoje não iria trabalhar.

Luísa depois de se vestir e cuidar com esmero do seu aspecto, realmente estava linda mesmo, pensou com prazer; O meu chefe hoje até cai de lado quando me olhar, hoje é que o faço maluco de todo.

Realmente a saia um pouco acima do joelho deixando ver a bem torneada perna não era mais que uma delicia para um olhar masculino, ela sabia que os homens a apreciavam, afinal porquê o seu tão querido André, não a amara como de costume e a deixara assim tão insatisfeita?

Já no emprego depois de receber os olhares apreciadores dos homens e invejosos das mulheres sentou-se na sua secretaria de trabalho cuidando dos seus afazeres. A meio da manhã resolveu fazer um telefonema para André, como era mais barato ligou do telefone fixo da Empresa, para a Empresa onde seu marido trabalhava, foi com muita surpresa que soube não ter ido trabalhar. Mil ideias lhe passaram pela mente e o seu ar triste e meditativo não passou despercebido ao seu chefe que logo aproveitou o ensejo de se insinuar de modo carinhoso.

- Minha querida Luísa que se passa consigo que está tão triste?

- Creio que o meu André me anda a trair.

- Ora, por favor, não se preocupe com isso é normal os casais por vezes mudarem de parceiro, até para experimentarem novas sensações.

- O senhor acha isso?

- Claro que sim, você uma mulher tão bela e apetecível eu nunca a trocaria por nenhuma.

Luísa sorriu recebendo agradada o amável elogio, que vindo de um homem tão charmoso e carinhoso como o seu chefe era melodia para seus ouvidos.

- O senhor é uma simpatia.

- Sou aquilo que você quiser e quando quiser. Hoje pode fazer mais umas horas a tratar do expediente?

- Posso sim, o André avisou-me que ia chegar mais tarde.

- Óptimo! Ficaremos a trabalhar um pouco mais depois da hora.

De tarde intrigada com a acção do marido Luísa ainda tentou saber o porquê da ausência do marido no trabalho, mas de lá nada sabiam informar. Ele a traia com uma qualquer era certo, neste momento deve estar com alguma galdéria a fazer o que não fizera com ela, mas ele ia pagar bem caro, ela não admitia uma traição.

O dia passou rapidamente e todos os colegas começaram a debandar e a Maria das Dores ainda perguntou: - Ainda ficas?

- Sim, ainda fico, tenho de fazer uns pequenos trabalhos antes de ir embora.

- Trabalhos? – Sorriu maldosa, o que passou despercebido a Luísa.

Estava muito entretida no computador, tentado acabar um texto que o chefe lhe dera, quando ele se aproximou e lhe poisou carinhosamente a mão no ombro.

Nunca tivera aquela familiaridade, mas achou por bem não o repelir, fez mal, pois a mão dele deslizou até sua nuca massajando as partes mais erógenas descendo até aos seios, sentindo-se terrivelmente excitada virou-se de frente para ele como a oferecer-se declaradamente, beijaram-se com um desejo já há muito contido, sentou-a na secretaria e carinhosamente retirou-lhe a calcinha dando vazão à ânsia de beijos e aos desejos dela e dele num acto de muita ternura. Quando terminaram Luísa perguntou entre perplexa e envergonhada:

- E agora?

- Agora nada, minha querida, termine o texto e pode ir embora.

Luísa arrumou-se, sentia-se pegajosa e com vontade de se lavar como que enojada do que acabara de fazer, mas as mulheres da limpeza estavam a entrar na Empresa para fazer o seu trabalho. Acabou o texto rapidamente e deixou o seu local de trabalho com uma dolorosa certeza, traíra o seu marido, mas ele fizera o mesmo certamente.

Chegou a casa antes de André, e rapidamente foi lavar-se e mudar de calcinha.

André, entretanto chegara e vinha muito bem disposto.

- Minha querida como foi o teu dia?

- Foi bom! Muito trabalho... E tu trabalhas-te muito também? – Perguntou sarcástica.

- Eu não trabalhei; hoje fui ao Hospital a Lisboa fazer umas análises e tive de esperar pelo médico para me dizer os resultados.

- Mas que tens? – Perguntou ansiosa e transtornada.

- Nada de especial só não queria preocupar-te, sentia um ardor no meu pénis e tinha de saber se era algo contagioso que te pudesse fazer mal, por isso hoje não fiz sexo contigo entendes agora? Afinal é apenas uma pequena infecção que com uns antibióticos passa e nada impeditivo de fazer amor contigo. Estou mesmo feliz.

Luísa limpou uma lágrima, mas estava consumada a sua traição.

FIM

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 01/02/2006
Código do texto: T106827