A MADRASTA - CAPÍTULO II

Samir era um homem forte, inclusive de personalidade. Todos tinham uma opinião formada sobre ele: uns gostavam, outros o odiavam.

Viúvo há 3 anos, cuidava das duas filhas, Ana Maria e Danila; preocupava-o o fato delas não terem mais a mãe e procurava compensá-las de todas as formas.

Tinha uma empregada que cuidava da casa e das meninas. Seu trabalho o consumia muito e ele queria ter a tranqüilidade de saber que as filhas estavam bem.

Na empresa conheceu Cristina e de cara se encantou com ela. Tentou jogar todo o seu charme e nada, ela tinha namorado.

Com o tempo foi buscando uma amizade mas ela não dava bola, parecia que nem gostava dele. Todos os comentários feitos por ele, eram rebatidos com uma resposta curta e seca.

Lembrava-se bem do dia em que a elogiara por estar de roupa clara, afinal ela só usava preto e recebeu uma resposta inesperada, ao invés de um agradecimento, recebeu de volta um: “Perguntei a sua opinião?”

Depois desse dia resolveu ignorá-la mas não conseguiu. Estava apaixonado, chegou a dizer-lhe que ela era a nora que sua mãe havia pedido a Deus. Sua mãe já não mais vivia.

O tempo foi passando e não havia avanço na amizade. Não conseguia tirar os olhos dela. Pensava nela o tempo todo e aquilo estava fazendo com que se sentisse novo, rejuvenescido, forte, mais homem...

Tomou coragem e convidou-a para almoçar. Estava preparado para receber um não, mas ela aceitou. Ficou curioso, teve dor de barriga antes do almoço e não sabia o que dizer-lhe. Um pouco antes do horário combinado tocou no ramal dela: - vamos? Ao ouvir a voz aveludada seu coração tremeu. Imaginou mil coisas...

Durante o almoço a conversa fluiu bem, tinham muitas afinidades e marcaram o próximo encontro para o dia seguinte.

Naquela noite quase não conseguiu dormir, ficou pensando em como seria beijá-la, sentia o cheiro dela, lembrava de sua risada. Que loucura, um homem com a sua idade e aqueles pensamentos!

De manhã ao chegar na empresa deu de cara com ela, beijou-lhe o rosto. Seu coração batia forte e parecia que saltaria pela boca. Veio-lhe na mente o refrão da música de Zezé de Camargo & Luciano: É o amor...

O dia custou a passar.

Foram embora juntos e ele levou-a para casa. Conversaram muito, se conheceram mais e mais e assim foi por cinco dias seguidos.

Na sexta noite, estavam no carro já sem assunto, só ouvindo música e de repente ela pergunta:

- Posso fazer uma coisa que estou com vontade?

Chris Donizete
Enviado por Chris Donizete em 04/02/2006
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