Dia do rock.
Hoje é dia do rock, acabo de festejar adoidado, a bela luna foi testemunha ocular, prova cabal de meus recentes feitos.
Nesse domingo o brasão rubro-negro venceu cruzmaltinos por dois gols de saldo. A paixão rossonera coloriu o ocaso. A felicidade, momentaneamente, saltou aos olhos, entorpeceu a alma.
Amanhã terei reprise de tudo: o matutino jornal festejará o passado mesmo sem saber o ocorrido particular:
em 13 de julho apaixonei meu juízo mais uma vez, não resisti àquelas sinuosas curvas, a cor da pele, o jeito de dançar, o olhar embriagado, a mente mexida.
- Qual teu nome?
- É Tâmara.
- Hum... Você é linda.
- Brigada.
- Sei que parece a cantada mais banal, mas é minha impressão.
Nessa altura, Don Raulzito dizia através das cordas vocais de Bibi que "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo." Eu estava feliz, até sapateei enquanto tocava. Ela, Tâmara, gostou. Pediu-me, inclusive, para que sapateasse um pouco mais para ela, apenas para ela, pois tinha adorado.
Não consegui negar.
Em meados da noite, decido perguntar à Vênus o que já tinha percebido de relance:
- Você parece estar meio alcolizada ou é impressão minha?
Ela fechou os olhos e acenou: positivo.
Já sentados, descubro que Monalisa terminara namoro há três dias. À ferida latente era necessário doses de blues com cerveja e diversão, deitando e rolando.
So, let´s rock'n'roll.
Meu deleite perdura, anseio agora acalmar minhalma revendo teu corpo, ouvindo tua voz e apreciando teu dançar. Quero um posterior acaso para ajudar a cicatrizar teu coração, erguer teu queixo que hoje teimava em permanecer cabisbaixo.
Eu vou rever-te, espero, e irei mostrar o acróstico que criei, Tâmara, recitando em teu ouvido a impressão avassaladora.
Irei também beijar dessa vez, não consegurei hesitar novamente, provar-te-ei por dentro, seja enfurnado ou ao relento.