Anjinhos da mamãe ...

Eu tenho muito que pagar nesta vida.

Mestre em colocar apelido nos outros, e com muita liderança

Quando criança, sem nenhuma inocência, nos reuniamos para sair para fazer "merda”...

Coisa de gente que não tinha uma revista para ir para o banheiro ou passar o tempo ...

Saiamos para tocar a campainha dos outros, quebrar lâmpadas, mexer com as pessoas da rua, colocar q-suco em caixas d água, arrumar confusão ... Vandalismo mesmo.

Todos com carinhas de santos e mamãezinha para mimar...

Nada ao extremo de queimar mendigos ou bater em domésticas como nos dias de hoje. Mas éramos pestes sociais.

As brigas eram constantes com os "muleques dos outros condomínios”.

Numa ocasião, penetramos numa festa comemorativa de donos de padaria num grande clube do Rio de Janeiro, uma fartura, saímos expulsos por arrumar briga com um grupo de garçons , ou seja , acabamos com a festa .

Em outra ocasião, 03 moleques do condomínio apareceram com 04 granadas que acharam num terreno da Aeronáutica, este terreno era ótimo, pois as pipas voadas iam todas para lá. Havia um buraco no muro por onde passavamos . Estes foram soltar pipa e dizem que acharam as granadas no chão. Este terreno era na Ilha do Governador e era cheio de paiois abandonados da Aeronáutica. A noite o pai do Luizinho (JÁ FALECIDO) que era polícia federal, deu uma surra nele e foi descartar as granadas numa praia deserta , nós fomos com ele . Praia do chiclete . Havia um casal transando na praia, estava escuro, o pai dele retirava o lacre das granadas e atirava no mar. Era um estrondo terrível, com certeza aquele cara não conseguiu mais ereção naquela noite .Foram 04 estrondos e após retornamos para casa .

Não sei como, a aeronáutica descobriu e os pais deles tiveram que explicar o ocorrido em juízo...

Teve um dia que estávamos com a corda toda... A pegadinha nós haviamos inventamos há mais de 30 anos atrás .

Arrumamos uma carteira velha( abarrotada de dinheiro velho ) e um nylon de uns 4 metros, já era noite escondidos atrás do muro do condomínio um ficava de olho e avisava quando vinha alguém. Era batata, a pessoas viam a carteira, pisava em cima e quando iam se abaixar para pegar, tiravam o pé , neste momento nós dávamos o "puxão " e a carteira ia longe . Caíamos na gargalhada e a pessoas esboçavam um sorriso sem graça... Talvez pensando naquilo que por um momento poderia ser a solução de seus problemas financeiros.

A brincadeira malévola ia de vento em popa quando, uma família grande subia a ladeira em direção a carteira , umas 10 a 15 pessoas juntas , mulheres com crianças no colo , senhoras , homens com bolsas pesadas , todos de cor negra . Quando uma senhora em torno dos seus 70 anos se curvou para pegar a carteira e eu puxei . Que semblante de decepção aquela senhora fez ,não esqueço aquele semblante até hoje . Caímos na gargalhada, foi aí que tudo começou, uma das mulheres falou " aaaaa mininu num faz isso cum minha mãe não que ela é tão velhinha " ... a outra então largando as bolsas no chão gritou " vamus dá porrada neles " . Pra que !Corremos muito e haviam uns caras gandrões com elas , João que não corria nada tomou muito cascudo ...Triste !

Hoje tenho um casal de adolescentes e tento passar para eles a importância do respeito ao próximo e o quanto é importante termos responsabilidade nas nossas brincadeiras e o quanto é importante discernir o momento que a brincadeira beira ao desrespeito pois desta forma passa a ser vandalismo .