Eu, no meu caminho

Aquele era o momento e não poderia ser outro, sem pestanejar, decidi aceitar o desafio de fazer essa viagem, viagem esta que sempre esteve em meus pensamentos, ainda que não percebece, nunca desisti desta louca aventura.

Lembro – me , quando criança em combinar com um grande amigo em fazer uma viagem deste nível, falávamos nos Estados Unidos, era a referência que tínhamos, por vários vezes planejávamos como iríamos fazer e quando viajaríamos, isso não saiu dos nossos pensamentos, mas ficou por aí, crescemos, tivemos filhos e todo esse sonho teria ido por água abaixo, até que em 2003, eu aos 32 anos, perdido em sonhos e pensamentos, já com uma filha maravilhosa, mas com o coração despedaçado, por não saber amar, não saber se entregar à uma vida à dois, senti naquele momento todos os meus velhos pensamentos vir à tona, aquele antigo desejo de se aventurar, de quebrar as barreiras do tempo e espaço, foi como se eu estivesse vivendo aqueles momentos e pensamentos que outrora me davam prazer, me faziam feliz, lembro – me, que muitas vezes estava só, quando pensava nestas minhas aventuras, imaginava lugares maravilhosos, que me transformariam e me encheriam de alegria, sabia que iria ser de alguma forma feliz, era uma experiência que poderia mudar a minha vida e minha forma de ser.

Eu sempre vivi um dia de cada vêz, nunca me precitei em nada que pudesse mudar a minha rotina de vida, não tinha recursos, vindo de família pobre, não tive um pai que apoiasse minha querida mãe, que me ajudasse a sonhar em fazer uma faculdade logo que saisse do ensino médio, ou que proporcionasse um curso onde eu poderia vir à ter um bom emprego, são na verdade coisas básicas que deixava de pensar, preferia acreditar no real e a sonhar com coisas que me me davam grandes emoções concretas no meu dia – a – dia, não que eu não tivesse desejo de entrar em uma faculade, de fazer um curso legal, mas era tão vago esse desejo, que nem sequer parei um dia para pensar sobre qual curso gostaria de fazer se por ventura viesse a ter essa oportunidade, deixava tudo no ar, sem pensar muito no futuro, estudava, trabalhava e vivia, vivia com intensidade todos os meus momentos, com amigos e familia, a minha luta era basicamente vencer financeiramente, pois foram os obstáculos maiores em minha vida , meu único pensamento era a minha estabilidade financeira, pois sabia que a partir dalí, abriria outras portas por meus próprios meios, eu queria estudar, me formar, ter bons cursos, à cargo da prória situação, aprendi a gostar de ler, lia muito, me ajudava a sonhar e a acreditar, mesmo sabendo das dificuldades, jamais desistir era meu lema.

A intenção e o desejo de ser feliz ultrapassava muitas vêzes os meus limites, como vivia intensamente meus melhores momentos, deixava de buscar algo que me faltava, algo que me completasse, tinha meus momentos de solidão e não sabia lidar com eles, por vêzes o ignorava e nunca os deixei transparecer, era sem dúvida a minha maior fraqueza.

Mas naquele dia não exitei, eu sabia que teria que mudar a minha vida, estava abalado e triste e não sabia como iria reagir durante os próximos dias ou meses da minha vida, estava perplexo comigo mesmo, jamais teria sentido aquilo, não sentia o chão e tinha uma certeza absoluta; “se bem me conheço, vai ser díficil de suportar tudo isso “, é sempre muito díficil sair de um relacionamento conturbado, a não ser que tomemos uma decisão objetiva e direta,

Não passou trinta dias entre a decisão e o dia da viagem, sabia que estava fazendo o melhor para mim, precisava fazer aquela viagem, não só pela situação presente, mas porquê sabia que teria que mudar alguns conceitos, adquirir novas virtudes, aprender a ter novas visões do mundo, do meu mundo, do mundo que me cercava, estaria sem dúvida realizando um sonho de criança, um sonho que apareceu na inocência de uma mente inocente, que já vivia uma adrenalina futura, nunca acreditei muito no destino, hoje pessoalmente, acredito que se forma sonhos quando criança, e o futuro está ligado a esses sonhos...

Mogi das Cruzes, 15 de Setembro de 2008

vanderleu
Enviado por vanderleu em 19/09/2008
Reeditado em 29/11/2008
Código do texto: T1185738
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.