30.10.2008

Cai pacífica e serena a magra chuva de verão. Foi-se a secura, sumiu o calor infernal de Brasília; ao menos por um tempo. Os ônibus no pátio acendem seus olhinhos sensíveis, prontos para a noite que se aproxima a passos largos. Tranqüilos ônibus, homenageados sejam aqui neste textinho, vós protetores dos menos privilegiados, bestas domadas e até maltratadas pelo manto escuro da pós-modernidade. E tudo pelo bem-estar social. Lovados sejam vós, mais que os filósofos e escritores, que de bom pouco ou nada trazem. Principalmente em matéria de bem-estar.

Senhoras e senhores, a chuvinha humilde continua a cair das enfumaçadas dependências dos querubins; os homens desfilam suas gravatas e ternos, sempre muito bem cobertos e vestidos; as mulheres desfilam praticamente sem vestimenta alguma, e continuam bem. Hoje o calorão passou e ninguém parece insatisfeito, todo mundo com aquela carinha de alívio das cinco da tarde. passou a chuva