CORAÇÃOZINHO SOLIDÁRIO

Jorginho era menino esperto, para seus seis anos de idade.

Lembrou das histórias que sua avó contava sobre um velhinho simpático que descia suave e sem fazer barulho, e na noite da Festa do Natal, deixava presentes na árvore.

Preocupado de que pudesse ser esquecido pelo Papai Noel, porque sua casa não tinha chaminé, decidiu ficar acordado, caso ele passasse e não visse a tal chaminé.

Fazia dois meses que havia escrito sua cartinha pedindo uma bicicleta e uma bola colorida para brincar.

Segundo a história da avó, o bom velhinho, a partir da meia-noite, iria de casa em casa deixando presentes para as crianças estudiosas e obedientes.

Terminou seu jantar, beijou a todos, fingiu um sono que não era normal para o horário, mas queria ser mais que obediente naquela noite.

Em seu quarto ouvia os barulhos que vinham da sala de jantar, onde adultos conversavam e riam animados.

Esperou, esperou, esperou...

Adormeceu! Sua ansiedade era tão grande, que o fizera sonhar com a chegada do bom velhinho.

Ele vinha numa carruagem mágica, envolta em uma intensa luz, vinda do céu, como uma estrela cadente.

E ele, escondidinho atrás da cortina, viu quando Papai Noel invadia a janela da sala e, sem fazer barulho, deixou um embrulho bem bonito e muito grande na árvore de Natal.

Voltou correndo para a cama para dormir novamente, com a certeza de encontraria seus presentes pela manhã.

Quando despertou de seu sonho, já havia clareado o dia.

Correu até a sala de jantar e ao olhar para a árvore levou um susto. O tal embrulho enorme e colorido de seus sonhos, não estava lá.

Aproximou-se da árvore e seus pais então, o surpreenderam, dizendo que Papai Noel havia deixado uma cartinha, com os seguintes dizeres:

“Querido Jorginho, este ano o dinheiro do Papai Noel foi pouco para atender a tantas crianças que pediram presentes. Além disso, em um outro estado do país onde você mora, muitas crianças perderam suas casas e roupas, brinquedos e móveis, devido a uma grande tempestade, com chuvas muito fortes. Sabendo que você tem um grande coração, achei que poderia contar com o seu auxílio, e então deixei para você a bola de futebol, mas com o dinheiro da bicicleta, doei alimentos para as crianças que precisam, nesse momento difícil. Agradeço a sua compreensão e o seu amor com as crianças necessitadas. Um abraço, do Papai Noel.”

Jorginho ficou pensativo e triste.

Seus pais então, indagaram se ele não concordava com a cartinha do Papai Noel.

E ele respondeu:

- Não é nada disso mamãe.

- Estou pensando que podemos ajudar o Papai Noel um pouco mais.

Então ele correu até o quarto, apanhou o seu cofrinho, onde juntava dinheiro para comprar um videogame e deu ao pai, pedindo-lhe que comprasse alguns brinquedos para mandar para aquelas crianças que, assim como ele, também ficaram esperando o Papai Noel e, como ele mesmo dissera na carta, que estava com pouco dinheiro, não deveria ter dado presentes para todas as crianças.

Faça você como o Jorginho, abra o coração, e seja solidário. Antes do Natal, faça a sua parte.

Dedicado às crianças de Santa Catarina - Brasil