Fragmentos Urbanos - Tensão no subsolo

FRAGMENTO 05 - TENSÃO NO SUBSOLO

Era seu primeiro dia como metroviário e estava tenso. Teve um longo treinamento, mas hoje estará na cabine do metrô anunciando estações e controlando o metrô. Iria da estação da Barra Funda até Corinthians-Itaquera, uma enorme responsabilidade, por ser uma linha super movimentada. Tudo corria bem e já tinha passado por três estações até que o metrô ficou por alguns segundos sem responder ao comando para brecar e parar na próxima estação. Pânico total. Tentou se comunicar com a central e ninguém responderam. Estava aflito e não sabia o que fazer e a estação se aproximando. Será que deveria anunciar aos passageiros que não pararia nessa estação? Apertou um botão de emergência e o metrô começou a parar, a parar e finalmente parou. E agora como faz para voltar a situação normal? – perguntou-se ele. Não lembrava disso no treinamento, aliás, não fizeram essa simulação de o metrô não brecar. E o metrô continuava parado. Começou a ouvir reclamações e a tensão somente subia. Apertou outros botões e as portas se abriram, depois apertou outro e as luzes se apagaram, começaram a bater na porta. Teve a idéia então de apertar novamente o botão de emergência e o metrô voltou a funcionar e ele conseguiu parar na estação seguinte. Não ouviu barulho de pessoas, acho estranho e saiu da cabine e foi ver nos vagões que estavam vazios. Quando chegou no último vagão teve uma surpresa: É trote! Gritou um. Ele caiu, ele caiu, disse outro. O estreante ficou sem reação, pois tinha sido pego no trote que ele jamais ficou sabendo que existia e que tudo foi armado. Ficou nervoso e nunca mais quis saber de metrô.

FIM

Miguel Rodrigues
Enviado por Miguel Rodrigues em 10/04/2006
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