Vem comigo....
Venha comigo agora, me dê sua mão, vamos até o alto daquele monte, é um pouco distante, mas venha comigo...
Olhe para o céu, sim fique aqui junto de mim, deixe-me ser por alguns instantes uma boa companhia... Acho que está sofrendo, vejo um brilho estranho nos seus olhos (acaricio seu rosto com delicadeza), pode chorar diante de mim, não vou te achar fraco, venha aqui, deixe-me te abraçar, acho que às vezes te falta um ombro amigo, alguém que te ofereça um pouco de afeto.
Que bom que se acalmou, venha, deite sua cabeça no meu colo, agora repare nas estrelas, são pontos de luz, são tantas não é? Mas cada uma tem seu próprio brilho, e em algum momento alguém viu algo de especial na luz de cada uma delas... Dizem que só um especialista sabe dizer o valor de uma pedra preciosa, aos leigos é só mais uma "pedra bonita", enquanto isso vai passando de mão em mão sem serem devidamente valorizadas... É o curso natural das coisas...
Quem será o homem por trás das palavras? Será que você sabe seu real valor, ou está mostrando apenas o que agrada aos outros? Li certa vez em um livro que o Criador, quando chegarmos do outro lado, perguntará “O que fez senão se tornar quem você é?”, eis o grande erro, sofrer por sermos quem somos é bem melhor que quando somos algo para os outros, entendo quando dizes ser o ombro, o ouvido, sei de verdade, mas, as vezes buscamos um ombro ou fingimos ser fortes? Será que o “Porto Seguro” se deixa abater? Ou se vê obrigado a ser força todo o tempo? Quem já te viu chorar? Quem já disse que tudo vai ficar bem, será que deu a oportunidade de alguém, em quem confia, ou gosta, dizer: eu vou estar aqui?
Não vou dizer mais nada, não precisa me olhar assim, vamos ficar em silencio, contemplando a natureza, este silencio que sussurra a mais pura sabedoria, a das flores, dos animais, do ciclo perfeito...
Deixa eu cantar para você? Vou interpretar seu silencio como um sim (risos):
“Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...
Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...
Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!
Selvagem!...
Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos...
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo...
Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...
Tão Jovens! Tão Jovens!...”
Desculpe-me, não canto muito bem, mas gosto desta musica, aqui, assim, acho que temos nosso proprio tempo... Não quero atrapalhar o silencio, mas... Acho que temos muito o que aprender um com o outro, mas sinta apenas, agora, o meu carinho, sem ser desejo sendo apenas afeto puro, e assim, quem sabe, possamos aprender do que é, verdadeiramente o amor? E paramos com esta busca tola...