SEXO & SOLIDÃO

Três e vinte cinco da tarde, o carro de Oscar apareceu na Jatuarana saindo da BR. Marcos o aguardava.

Desculpa a demora... A mulher me pediu para levá-la na casa da mãe dela...

Acabei de chegar. Não se preocupe. - Marcos mentiu: estava ali há mais de vinte minutos.

O sol ardia. As pessoas passavam apressadas, à procura de sombra. O carro entrou numa rua além de um posto de gasolina. Na terceira rua, à direita, entrou e os dois puderam ver a placa do estabelecimento comercial: Sabrina's. Pararam em frente, Oscar tocou a buzina e o portão do bar abriu.

Desceram do carro. Os seguranças do bar não deram muita atenção. Havia outros carros e motos no estacionamento. A tarde estava agitada. Os dois saíram do carro e, com um gesto de cabeça, Marcos saudou uma das moças que passava. Oscar a tudo olhava com uma atenção de menino. Uma das moças, de vestido vermelho curto, passou pelos dois e sorriu para Marcos:

Há quanto tempo, hein?

Muito trabalho, gata! Muito trabalho! E você? Está bem?

Pronta para a luta...

Os dois entraram no bar. Havia uma fileira de mulheres sentadas logo na entrada. Algumas fumavam e falavam baixo, olhando de vez em quando para a rua, que afinal não tinha quase movimento. Marcos puxou uma cadeira e sentou-se à mesa, próximo às mulheres. Dali poderia ver o elenco de meninas disponíveis. Um pouco atrás, três rapazes conversavam animadamente.

E aí? Gostou?

Tranqüilo aqui, não? E discreto.

E as garotas?

São boas. Gostei.

Uma moça com uma bandeja se aproximou. Marcos pediu uma cerveja e perguntou a Oscar o que ele queria. Este disse que queria uma lata de refrigerante. Rapidamente a moça trouxe as bebidas.

O esquema aqui é o seguinte: você chama a moça que você quiser e combina o valor. Depois é ver se tem quarto disponível. Se tiver, você paga o quarto adiantado. É baratinho...

Tudo bem. Estou preparado...

Ficaram conversando. Oscar olhando de soslaio as mulheres na entrada. Uma delas se levantou e se esticou como se estivesse cansada de estar sentada. Era magra. Oscar olhou a bunda da mulher, o que lhe decepcionou um pouco: não era feia a mulher, mas não tinha um calipígio. Uma gordinha olhava para Oscar e sorria. Ele se sentiu meio incomodado.

Marcos falava. O que mesmo?

Passou um rapaz seguido de uma garota nova, bonita, alta. Marcos fez um rosto de “e aí?”. Oscar respondeu com uma cara de “uau!”.

Algum interesse?

Material bom... Você já “conhece” alguma?

Essa de vestido azul... já fui com ela umas duas vezes. É boa. Quer que eu chame?

Antes que Oscar respondesse, chegou uma nova mulher, saudou as colegas e se voltou para Marcos e Oscar. Marcos deu um tchauzinho.

E aí, querido? Há quanto tempo?

Como é que está a minha amiga?

Estou bem. Agora com você aqui, melhor ainda!

Esse aqui é o Oscar. É a primeira vez que ele vem aqui...

Seja bem vindo, querido! - E beijou o rosto de Oscar, que havia se levantado educadamente.

Ela sentou ao lado de Marcos e os dois desandaram a falar de muitas coisas desinteressantes. Oscar se sentia um peixe fora d'água. Num dado momento, a mulher, Jéssica era o seu nome, mostrou a calcinha. E aquelas pernas intensas apareceram. Marcos passou a mão e chegou até lá.

Vamos hoje? - Ela perguntou.

Vamos agora. Você se importa, Oscar? - Disse Marcos já se levantando.

Não. Pode ir. Divirta-se!

Os dois saíram, rindo.

Oscar ficou só à mesa. Respirou fundo e decidiu chamar uma das mulheres. Era uma morena magra e baixinha. Os lábios, puro carmesim. Vestia uma calça jeans apertada. Apesar de pequena, a mulher tinha uma, como se diz, bundinha bonitinha.

Quer beber alguma coisa? - Perguntou o tímido Oscar.

Posso pedir uma amarula?

Pode...

Não se preocupe. É só dez reais o copo...

Constrangido, Oscar se calou.

É a primeira vez que você vem aqui?

Como você sabe?

Notei a sua vergonha... Não parece muito à vontade...

É impressão sua. É o calor que me deixou meio aturdido... Quanto é?

Quarenta. Vamos?

Vamos...

A mulher chamou a garota da bandeja e perguntou se havia algum quarto disponível. Havia. A mulher entrou em uma sala e voltou com uma valise. Ela disse “vem” e ele a seguiu. Entraram em um quarto. A aparência da porta assustou Oscar, pois parecia frágil.

O quarto era maior do que ele supunha. Havia uma janela com uma cortina fechada. O aparelho de ar-condicionado ligado e música o distraíram. Ao olhar para a mulher, ela já estava nua e se enrolando em uma toalha. Foi ao banheiro e começou a se lavar. Ou melhor, a lavar o seu material de serviço. Oscar se levantou e foi até a porta do banheiro e a viu de pernas abertas se ensaboando com um pedaço de sabonete.

Logo ela voltou:

Você vai tomar um banho?

Vou. Estou suado...

Eu espero.

No banheiro, não havia chuveiro. A água caía de um cano e ele a aparou com as mãos. Lavou o rosto, se ensaboou. Pegou a toalha e se enxugou. Foi para o quarto e a mulher estava sobre a cama de bruços, olhando alguma coisa no celular.

Oscar sentou na cama. Olhava a mulher e sentia uma ponta de medo. Mas ela o puxou para a cama e começou a manusear o seu falo, que parecia não querer reagir. Ela o masturbou e alguma rigidez começou a aparecer.

Ela colocou a camisinha no falo de Oscar e se pôs a sugá-lo.

Oscar fechou os olhos.

O que Marcos estaria fazendo agora? A música estava alta. A mulher fazia o seu serviço vigorosamente, a ponto de machucar. Oscar tocou nos cabelos da mulher. Seu falo estava pronto.

Ela subiu sobre ele e sentou sobre o pau de Oscar.

E se pôs a subir e descer com força.

Era uma mulher pequena, mas tinha convicção. Ele gozou, mas ela não parou.

Ele teve de dizer “já”.

Ela tirou o pinto de dentro e sorriu:

Apressado, hein?

É o tesão... Eu estava na seca!

Ela se levantou e foi ao banheiro. Outro banho. Oscar se enrolou na toalha, lamentando o vexame. E a música, um brega qualquer, passou a lhe incomodar.

A mulher saiu do banheiro. E ele correu para o banheiro. Jogou a camisinha usada no lixo. E se lavou.

Depois se vestiu. Pagou a mulher e saiu.

Marcos ainda não havia chegado. Sentou-se à mesa e pediu mais um refrigerante. A mulher voltou à fila e nem sequer olhou para Oscar.

Marcos estava demorando. E Oscar sentia uma solidão absurda no coração...