Da Beleza na Pobreza

Noite. Por volta das 8h. Não que ela se importe com que horas são, mas o estômago sabe e acusa, já passa da hora de comer algo para manter o corpo de pé.

Ela bate palmas em frente a uma casa, mais uma, para pedir uma ajuda.

Ela tem um filho em casa, com 46 anos, deficiente.

É ajudada.

Mas a fome lhe faz pedir um copo de leite.

Não lhe negam, afinal o que é um copo de leite para que não se possa dar a quem tem fome?

Para ele, Dona Severina, uma mulher com mais de sessenta anos de idade, é muito.

Ela toma o leite com todo gosto, como se aquela fosse a mais saborosa das bebidas.

Ao terminar faz ainda mais um pedido.

Ela diz, admirando o copo no qual acabará de beber: “Este copo é tão bonito. Colorido. Posso levá-lo?”.

Diante da resposta positiva de quem a ajudou ela leva o copo. Aquele belo copo.

Um copo plástico de requeijão que nem é usado mais.