Carta A MINHA DOCE AMADA

De DIETRICH para KATHARINY PETROVIC.

Esta carta é de um casal que apesar dos nomes serem de origem Russa ele são nascido e criados no Brasil, o sangue latino quente por natureza ainda percorre nas suas veias, foram separados pelo destino, mas as suas almas vivem se encontrando porque são apenas, uma alma.

Kathariny Petrovic é uma morena linda, largou o seu amor na Rússia e voltou ao Brasil. E Dietrich é uma pessoa iluminada e feliz por ter tido a oportunidade de encontrar a sua alma gêmea.

Carta A MINHA DOCE AMADA, que se foi.

Moscou, 25 de novembro de 2004.

Queria que você soubesse como anda a minha vida, sem você as noites parecem bem mais longas, mas mesmo assim tento encontrá-la nos meus sonhos, às vezes consigo outras não, mas sempre antes de dormir, rezo pedindo a Deus que ilumine o seu caminho e que não deixe que a magoa e o ressentimento ocupem o seu coração, em relação a mim.

Queria que você soubesse que estou lecionando matemática em uma Escola Pública aqui na Rússia, na Escola Stalin, é uma Escola rígida como todo costume daqui, bem diferente daí do Brasil, que é um país quente por natureza, tenho saudade daquele tempo que lecionava ai, na sala os meninos não paravam quietos, aqui é tudo muito gelado até o espírito jovem. Além do mais estou iniciando também uma etapa nova na minha Empresa de representação comercial, adquiri um mix de produtos voltados pra construção civil, e já entrei em contato com algumas lojas da região, estou expandindo os negócios nas cidades vizinhas de Moscou, a concorrência é muito grande e os concorrentes tem dinheiro pra investir em propaganda e em publicidade, eu não, então fica difícil afirmar neste seguimento.

Queria que você soubesse que tenho muita saudades do tempo que vivemos juntos, do tempo que você me chamava de “chuchuzinho” e eu implicava com você falando que, este legume não tem sabor, que preferia ser chamado de outro nome, como “tomate”, “cebola”, etc... mas era apenas implicância boba, afinal você gostava de chuchu. Tenho saudades do tempo que te pegava no serviço todos os dias e te levava às vezes pra minha casa e outras pra sua, ou simplesmente quando a levava pra pegar o ônibus. Tenho saudades de quando você passava no escritório e trazia sempre um churrasquinho com pão, então fazíamos aquele lanche, e depois deitávamos e fazíamos amor.

Tenho saudades do teu cheiro, do teu corpo, do teu sabor, do teu néctar.

Queria que você soubesse que fiquei sabendo que esteve aqui, na Rússia. Fiquei sabendo da festa de aniversário do seu primo e de quem esteve lá, e de “quase” tudo que aconteceu naquele fim de semana. Quando não se tem contato com a pessoa amada e não consegue conversar com ela, a imaginação vagueia e o que se imagina nem sempre são coisas agradáveis, então a melhor coisa a fazer é esquecer. O telefone não parava de tocar neste fim de semana e toda vez que eu o atendia a pessoa do outro lado ficava muda, como gostaria que fosse você? Como gostaria de escutar a sua voz?

Nunca terei certeza disto, mas sei que aconteceu do meu coração começar a bater mais forte a boca começou a ficar seca, tive a vontade de conversar com você e dizer o quanto a amo e que esperarei por você até que não haja mais tempo para esperar. Mas seria um monólogo, em vão. Porque te conheço e sei que não falaria nada, porque a mágoa ainda não passou.

Queria que você soubesse que estou continuando o que havia iniciado contigo, estou frequentando o centro espirita, e estudando Kardec. Aqui não há muitos seguidores mas não importa, o importante é que estou me conhecendo e tendo a certeza de que a vida continua, não materializado mas sim espiritualizado, e quem sabe assim podemos nos reencontrar. Vou sempre na quarta (tarde ou noite) e na quinta pra estudos espirítas, a Medium Sra. Olga é uma pessoa muito querida e muito iluminada, ela está me incentivando a escrever e pode ficar tranquila que aquela sinopse que havia lhe enviado de um livro que estou escrevendo sofreu várias alterações inclusive dos nomes, mas pretendo editá-lo se conseguir algum patrocinio, ele já está com quase 180 páginas, tenho lido muitas coisas sobre o Brasil, assim consigo ficar mais perto do meu País e de você.

Queria que você soubesse, que já tentei enviar esta carta por e-mail mas ele sempre retorna como não enviado, a única forma que achei foi remetê-la ao endereço que ainda possuo seu, isto não garante o seu recebimento mas pelo menos fico mais aliviado.

Enfim, queria que você soubesse, que estou lhe esperando seja nesta vida ou em outra, eu sempre vou lhe esperar, porque não sei se já sabe “você é a mulher da minha vida”.

Descanse em paz, minha doce amada Kathariny Petrovic (KP).

Do seu eterno chuchuzinho, Dietrich.

Ricardo Muzafir
Enviado por Ricardo Muzafir em 23/04/2006
Código do texto: T144172