Abedula – A picada

* (seqüência das aventuras de Abedula)

** ( Leia também Abedula)

Passado o episódio em que Abedula foi vítima do trio de estelionatários, e após amargar um período de intensa depressão , afinal nada pior para um árabe do que perder dinheiro , notadamente de uma maneira tão tola, logo apareceu uma daquelas mulheres que vagavam pelo comércio trocando peças de roupas por benefícios sexuais, o que logo interessou muito ao nosso personagem.

Evidentemente que houve uma “pechincha” muito grande , pois a mulher queria exigir peças de vestuário das mais caras no estoque da Loja , que a essas alturas da história já havia crescido bastante e estava muito bem guarnecida , mas Abedula não cedeu e concordou apenas em oferecer um conjunto de calcinha e “corpinho” , como era chamado o “sutiã” naqueles idos tempos. A mulher cedeu e concordou, mas impôs limites – “ Isso só paga meia hora ...”

Ajustados os termos da troca, Abedula marcou hora para encontrar com a mulher nas proximidades da cabeceira da ponte que liga Uruguaiana a “Paso de Los Libres” , onde uma pequena estrada levava para o interior de uma mata bem fechada . A dama ainda tentou levar as peças de roupa ao sair da loja, mas o árabe já vacinado pelo primeiro golpe , ponderou – “Não eu leva e entrega bacote debois de cumbrido o combromisso”

Chegando ao local marcado para o encontro e excitado , com sua libido nos extremos, visto que a mulher não era mesmo de se jogar fora, Abedula saiu para fora do carro e ansioso não percebeu a aproximação de um “marimbondo” , rondando a cabeça do árabe que desesperado começou a se tapear até que o bicho picou-o no pescoço, cravando o ferrão à altura da orelha.

Desesperado com a intensa dor sentida pela agulhada do ferrão , e mesmo porque na terra natal não conhecia aquele tipo de inseto , Abedula logo esqueceu do encontro e saiu em disparada para o plantão do Hospital onde chegou numa gritaria que assustou até mesmo aos enfermeiros mais experientes , de forma que logo conduziram-no para o médico que , preocupado ponderou – “acalme-se senhor e conte-me o que aconteceu” ...

A seqüência do relato que se reproduz é fiel a uma lenda que se repete há muitas décadas e que dizem ser absolutamente verdadeira , com o seguinte teor : “ Doctor . . . eu estaba esberando cliente bara vender beças de rouba quando saí da carro fui atacada bor uma bassarina breta , bequeninina e com uma esbina na cú . . .”