um espelho no escuro

O que sou aonde vou? No retrato que me faço sempre encontro aquele abraço nunca dado. E, é o encontrar nos chás que faço diante do fogo que arde no tilintar das brasas que acendi os fantasmas que choro. Fazer amor é entrelaçar-se de querer: gostar de si. É chegar de longe para ficar perto. E num aconchegante abraçar-se para se sentir potente, energeticamente as palavras poetizar em versos rezados em prosa. Andar de vagar observa-se melhor, fica-se mais atento, não se perde o momento. O que é o viver se não se perder no presente... O tempo quando é calor intenso e o ar fica relativamente seco, penso que tenho que interagir e salvar a sede das minhas orquídeas que dá um nó na garganta. Ah! Tem que ver como ficam radiantes! Eletrizantes, Não sei quem mais fica em êxtase se eu, ou elas. Depois deste meu entretenimento e cuidados, elas em algum outro momento em sinal de agradecimento se apresentam com algum botão que calmamente se transforma em flor. Pro meu devotamento.

Andar acompanhado de ti, não é para imitar bichos, bichos não é para imitar pessoas. Vejam que falta de dignidade quando pessoas imitam bichos e bichos imitam pessoas. Você é meu bicho de estimação. E com tantos mendigos fedendo cão e querendo pão e, eu justifico não dando um trocado porque vão cachaçar-se. Ora, não sabem os incautos que a bebida é a válvula de escape social.

Um espelho no escuro não reflete minha solidão. As palavras chegaram como pássaros, pousaram e partiram. Sempre fica alguma coisa encravada mesmo que no inconsciente da gente, no mais fugaz do momento.

Quando fomos aquele passeio e passamos o dia todos juntos conversando, comendo, festejando, compartilhando estávamos todos como no mesmo nível de comportamentos. Mas depois do jantar e cada um mostrando-se impaciente, dirigiram-se a sala de visita, foram se sentando e ligaram a televisão. Fiquei a prestar atenção no comportamento: todos ficaram estáticos de silencio de palavras e o olhar de todos se afunilaram para o aparelho centrado naquela sala. O silencio de diálogos foram trocados pelo barulho do som e imagens do televisor, só faltaram ajoelhar-se diante do deus em oração de atenção e silêncio, quebrado no próximo comercial. Senti-me expulso- cartão vermelho – fui para outro ambiente. Ali naquela sala estavam todos juntos e só. Preferi ficar só acompanhado. Quando estou só e me deixo acompanhar pelo livro. Não me alieno nas imagens condicionadoras da televisão.

Me aprofundo nos pensamentos e no meu crescimento e discernimento das imagens que me construo.

Não me quer ouvir falar do tempo. –É tolice não imaginar o veneno dolorido e muitas vezes fatal; da serpente colorida ou da aranha que enfeita e poetiza com suas façanhas de tecer seu habitat enquanto as infecções hospitalares envenenam sem que Deus possa interferir na ganância de riquezas e despudor dos homens deste planeta. A gripe espanhola no início do século XX matou mais de 50 milhões. Ainda esta por virem outras piores. Não aguarde o caos.