consciência

___Detesto pessoas estúpidas porque elas não têm consciência do quanto são...

Assim pensava Marcelo talvez o sujeito mais tosco, que possuía algum tipo efêmero de racionalidade, aquele pouco de razão que garantia-lhe não ser considerado louco, só estúpido em excesso, mas para ele, em sua subjetividade era o suficiente, acreditava que era o maximo, sua gota de razão atestava isso, trabalhava, guardava dinheiro no banco devidamente todos os meses, ano após ano, isso já se faziam mais de quinze, tinha sorte na vida pensava: ___Quantas pessoas tristes estão por aí, sem condições das coisas que tenho, eu que tenho dinheiro no banco, salário todos os meses, pois trabalho! Marcelo só não era idiota pra si, mas quem o visse, logo avistava um imbecil em potencial de desenvolvimento, que; após anos de trabalho não conseguia falar nada além das coisas que tinha que resolver na empresa, seu bate papo favorito era: As coisas que resolvi hoje! Se o dia tivesse vários afazeres, Marcelo enfrentava todos eles com fúria, raiva, que sua razão limitada, não o permitia identificar de que lugares vinham, mas também não precisava, pra ele sentir aquilo já bastava como suficiente pra ser entendido como: __ Coisa que vem de dentro! Em seus diálogos, reclamava. ____ Só fico nervoso quando estou trabalhando, porque quero resolver tudo da melhor forma possível. Como todo idiota tinha seus trejeitos, ao falar isso com sua voz fina irritante, sua postura torta, e seu olhar inquieto, fazia questão de deixar claro que estava ali, que era um ser presente entre seus semelhantes, e assim se fazia, e se levava sua podre vida, não criava algo em si e pra si de novo, pois, Marcelo era pura repetição, não só em atitudes, trejeitos, posturas e burrice, como nos seus pensamentos, afinal detestava sempre pessoas estúpidas que não tinham consciência do quanto eram?

___ Como a min...

Até que um dia, como outros tantos iguais a ele, Marcelo ao se refletir, descobriu...