Diário de uma jovem azarada

06h00. O despertador tocou.

06h10. Acordei.

06h15. Levantei da cama.

Até parece que minha rotina se resume a uma coisa: estudar. Mesmo quando eu chego, do colégio, para almoçar, fico pensando em quando começarei a estudar de verdade. Já estou na segunda semana de aulas e não entrei no pique dos estudos... Pra falar a verdade, estou com dezessete anos, no último ano escolar da minha vida (se Deus quiser) e ainda não entrei no pique.

Vai chover, o céu está escuro. Vou esperar mais um pouco, quem sabe o meu pai não liga pra cá dizendo que vai me levar pro colégio...

06h35. Merda, ele não ligou. É melhor eu ir logo senão vou acabar chegando atrasada.

07h00. Finalmente no colégio. Mas profundamente indignada! Por muito pouco não tive que sair de casa nadando. A calçada estava coberta de água, tanto à minha direita, quanto à esquerda. Não havia solução (já que eu não consigo voar). Oquêi, só ao sair de casa já fiquei 30% molhada. Pisei em algumas poças e ao chegar no ponto de ônibus não vi ninguém. Provavelmente tinha acabado de passar um ônibus ou talvez todos tivessem um pai ou um irmão ou até mesmo um vizinho bondoso que dirigissem e tivessem piedade deles e para não irem na chuva, lhes deram uma carona.

Sempre tive péssimas lembranças de ônibus em dias de chuva, portanto resolvi ir a pé. Péssima escolha por sinal. Quando eu estava na metade do caminho, um ônibus completamente vago passou. E a otária aqui descendo a avenida com sua capinha de chuva azul no maior toró (sem contar com os carros que resolviam me lavar toda vez que passavam ao meu lado). E no fim, o ônibus chegou justamente quando eu estava chegando. Pelo menos não cheguei atrasada e consegui uma cadeira em um lugar não muito frio (e que diferença faz? todo lugar é frio para uma pessoa encharcada).

Acabei de voltar do intervalo (esse faz jus ao nome, só dá tempo de dar uma mijadinha e voltar pra sala) e estou completamente indignada: aumentaram o preço do goiabinha! Um real e vinte, pode uma coisa dessas? Eles que soquem todas as goiabinhas e açuquinhas no rabo, eu que não compro mais essa porra!

13h50. Finalmente em casa. Me sinto como uma mártir nessa maratona de pegar ônibus todo santo dia para ir e voltar do colégio (isso quando não resolvo ir - ou voltar - a pé). Estou com sono, acho que vou dar uma pequena cochilada depois do almoço...

18h30. Merda³! Acabei dormindo mais do que devia - de novo - e acabei não estudando nada! O pior é que agora não dá mais tempo, já que daqui a pouco tenho que ir para o treino. Droga, eu adoraria precisar de só cinco horas de sono por dia.

20h15. Que legal, quando cheguei da academia todos haviam saído para treinar em outro lugar. Adoro quando isso acontece. A gente fica com uma cara de pastel maravilhosa!

Para não perder a noite (porque o dia eu já perdi mesmo) passei na locadora e aluguei um filme que eu tinha visto na prateleira da última vez que fui lá (não o aluguei antes porque já tinha pego dois outros filmes), Chunhyang - ou Amor Proibido, como ficou o nome em português.

11h00. Que filme lindo! Chorei tudo que eu podia - e o que não podia também, por sinal. Ao ver o tanto que Chunhyang sofreu só para ser fiel ao marido, vejo que tenho sorte, muita sorte de ter a vida que tenho.

PS.: Meu namorado ligou-me enquando eu estava assistindo ao filme e disse que não viria me ver porque estava jogando com um amigo, pode uma coisa dessas?

Thais Gualberto
Enviado por Thais Gualberto em 07/07/2009
Reeditado em 07/07/2009
Código do texto: T1686319
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.