AS AVENIDAS DO PASSADO

AS AVENIDAS DO PASSADO

A vida dele bem antes de conhecê-la era uma festa bem sei isso antes que se abrissem as portas do delírio.

Corria bebida farta as donzelas sentavam em seu colo, ele sorria ofertava uma duas ou mais garrafas do puro vinho rio-grandense,

Mas logo se enfadava mandava-as favas.

Vagabundas piranhas e dali em diante começava o quebra pau os gigolos entravam na briga já tivera o nariz quebrado mais de uma vez.

Parecia que ele havia sido parido por uma destas bruxinhas de Salem e tendo sido abandonado na porta de uma fada, pois foi criado com esmero carinho por sua mãe postiça.

Tinha apagado de sua alma o bem querer, fechou a alegria dentro de um quarto escuro fazendo desta tortuosa testemunha de infortúnios.

Um dia chamou seu algoz mostrou-lhe o cabo madrepérola de um trinta e oito,

havia pensado em tudo que passara desde o seu nascimento cansado de viver a vida desvairada

se entregaria á uma mulher santa ele que descendia dos altos demônios queria uma santa.

Engoliu um trago cuspiu e resmungou um palavrão

--Que se danem as minhas estranhas que são minhas vaidades.

Não podia mais gritar punha o dedo na boca como se o silencio andasse a sua frente.

Ele havia a muito se convertido ao mundo cristão teve revelações e profecias.

Conheceu anjos e demônios, mas depois de algum tempo se convenceu que sua conversão era uma farsa

criada pelo seu ego solitário os hinos que ouvira as orações tudo isso ficaria gravado em sua alma, mas em vão.

Ele já se creditava nos braços do inferno que as vezes duvidava de tal existência.

De sede, sufoco, não poderia gritar à felicidade.

Um homem sem batismo sem passaddo. É a vida e a lei desumana.

---Calava-se a verdade, que eu vejo a justiça. Piedade! Senhor tenho medo. Tenho sede, tanta sede! Ah! a infância, a grama, a chuva, o lago sobre as pedras!... Horror de um travesseiro na boca, É bem o que eu sempre tive: sem fé na história, sou mais ao mundo. - as sementes selvagens...

Jesus anda sobre e com tranças morenas, ou naturais, morte, nascimento, gostaria de derramar seu tesouro. em mim, a fé alivia, guia, cura. - o coração maravilhoso! - Pobres homens ao lamentar o mundo. Tenha sorte de não sofrer mais. A sua vida foi só loucuras doces, estava fora do mundo. Nenhum som nem sua porcelana, seu inferno para viu Satanás com uma gota de fogo.! - Estava escondido e não uma de suas loucuras da pintura e das telas eróticas sem refrões e guerras ele acreditava em todos os enganos.

Inventou de cada consoante, e dos sentidos durante as noites, anotava Longe dos pássaros, bosques de céu coberto! - Beber vinho de taberna. Jogar gelo no copo de ouro de madrugada,

O sono se evapora O cheiro de coqueiros, Desertos na cidade do rei de Vênus! Os vigores do meio-dia seu temperamento na canção da paixão.

Teve temores e que venha os tempos da paixão floresça o incenso, e

que venha, o deserto. Cerrado estava nas sudoríficas do Brasil.

Fome de rochedos e farelos nos cascalhos da igreja belas pernas o sondavam

á espera da colheita a mais violeta cor de Salomão.

Na alegria, o sol invadia sua alma em sufrágios sem paciência se acercou da tortura.