Sobre umas e outras

Conversando sobre umas e outras, e as pegadinhas e estranhices da vida, falávamos sobre tais assuntos, e de repente, no quarto ao lado, aquela pessoa compartilha tal segredo que antes escutara sobre como aquilo era vergonhoso e inadmissível. E agora, de quem um dia saíra aquelas palavras, certa estaria, porém não no momento e à pessoa errada, destacava-se a tristeza de um dia ter repudiado a tal pessoa aquelas coisas. E o pior, ali bem do lado, aquela a quem desfigurara derramava lágrimas de vergonha e de dor, na verdade ela sabia de tamanha proporção ao fato relatado, mas não esperava ver de frente e minutos antes àquela confissão, um relato tão explícito com tanta repugnação. Não, definitivamente não era cabível pedir desculpas, e tampouco tentar amenizar o caso, o negócio era esperar o assunto mudar e as vozes aumentarem em disfarce. E se fez. Agora nas vozes se tinha os passeios das férias anteriores, e as boas pessoas que se encontra na vida e é claro, as decepções de tantas vezes. Era bom mesmo poder escutar aquelas estórias de mãe, às vezes o jeito de contar irritava, também era chato o grau aumentativo de certas coisas que ela falava, daí que percebia-se que era dela que tinha herdado todas estas mesmas manias, e pra completar combinava-se os dias com os tempos e estórias de antigamente, e era a melhor parte de escutar porque dava pra imaginar tudo sabe, feito num livro quando se lê. E quando as vozes iam cerrando-se percebia: lá vem ela chamar pra ir dormir...

Aline S Silva
Enviado por Aline S Silva em 25/06/2006
Código do texto: T182051
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