Quem espera sempre alcança - Capítulo VI

Um dia mamãe chegou da cidade com uma notícia:

- Seu pai mandou soltar o tal do Rogério. - falou mamãe com um ar de superioridade.

- "Tal" Rogério, não mamãe! É o pai do seu neto. Até que enfim, papai clareou a mente.

- Só que ele o mandou para Brasília, só assim ele fica bem longe de você e da criança. - disse mamãe.

- Ah! Quando será que papai vai deixar desta maneira de lidar com a vida das pessoas e seus sentimentos como se fossem objetos sem importância? - falei já chorando.

Fui para o meu quarto. Deitei-me na cama quase desesperada. De repente, senti uma pontada no pé da barriga. Chamei mamãe.

- Eu acho que está chegando a hora!...

Mamãe providenciou alguém para que fosse à cidade buscar o médico.

As dores foram aumentando, aumentando... Eu pensava que ia morrer...

Não deu tempo para o médico chegar. A criança nasceu só com o auxílio de mamãe e de Laura.

- Dona Ana! É uma guria. Que coisa linda! - gritou Laura chorando de emoção.

Eu tinha o rosto molhado de suor e de lágrimas. Nunca havia sentido uma emoção tão forte! Nós quatro chorávamos: Eu, mamãe, Laura e Rogéria. Sempre havia pensado em colocar seu nome fosse homem ou mulher.

O médico chegou e só terminou o processo do parto.

Naquele momento iniciou-se uma nova fase da minha vida.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 24/07/2006
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