Quem espera sempre alcança - Capítulo VII

Já havia passado três meses. Rogéria a cada dia mais se parecia com o pai. Até um pequeno sinal do lado direito do rosto ela tinha.

- Mamãe, nós vamos ficar a vida toda nesta fazenda? - perguntei decidida.

- Não. Claro que não! Destá que seu pai saberá a hora certa de irmos embora.

Ficamos mais dois meses.

Uma tarde estava sentada com Rogéria no colo, no batente da porta quando ouvi uns passos. Olhei era papai. Chegou, olhou-me com uma cara carrancuda. Rogéria olhou para ele e sorriu como nunca havia sorrido.

- Sua bênção, papai! - falei com o coração pesado. Mas afinal de contas era meu pai.Eu fui criada sabendo respeitar as pessoas mais velhas.

Papai olhou-me demoradamente, pensando se respondia ou não.

- Deus lhe abençoe! - disse ele com voz firme e com a cara fechada.

Entrou e conversou com mamãe.

Mamãe chegou para mim e disse:

- Chegou a hora! Vamos embora. Arrume suas coisas. - falou secamente.

Eu tinha vontade de sair daquela fazenda porque lá era muito triste. Acho que a paz daquele lugar só de passarinhos e animais me lembrava mais Rogério.

Fomos para Santo Ângelo.

Rogéria crescia em estatura e graça.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 25/07/2006
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