Quem espera sempre alcança - Capítulo VIII

Um dia, por encanto, Rogéria já estava quase andando e nem falava nada, chegou perto de papai que estava sentado lendo o jornal no sofá e falou:

- Vovô, vovô, vovô...

Eu estava perto e o meu coração palpitou temendo que papai saísse e a deixasse, pois depois deste acontecimento, papai nunca mais trocou uma palavra comigo a não ser quando eu pedisse-lhe a benção. Nunca olhou para Rogéria, aliás, passava até dois meses sem vir em casa. Mamãe dizia que os negócios exigiam a presença dele, por isso que ele não tinha tempo de ficar em casa. Mas não era, era por causa de mim.

Ele olhou para Rogéria, chorou muito, abraçando-a, apertando-a ao peito.

Eu fiquei quieta sem me interferir. Era encontro de neta e avô, pela primeira vez.

Papai saiu. Deste dia em diante, ele começou a vir mais vezes em casa e todas as vezes brincava com Rogéria, saía para passear com ela. Pareci gostar muito dela. Mas eu, nada. Não tinha diálogo entre nós dois...

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 25/07/2006
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