Quem espera sempre alcança - Capítulo VIII
Um dia, por encanto, Rogéria já estava quase andando e nem falava nada, chegou perto de papai que estava sentado lendo o jornal no sofá e falou:
- Vovô, vovô, vovô...
Eu estava perto e o meu coração palpitou temendo que papai saísse e a deixasse, pois depois deste acontecimento, papai nunca mais trocou uma palavra comigo a não ser quando eu pedisse-lhe a benção. Nunca olhou para Rogéria, aliás, passava até dois meses sem vir em casa. Mamãe dizia que os negócios exigiam a presença dele, por isso que ele não tinha tempo de ficar em casa. Mas não era, era por causa de mim.
Ele olhou para Rogéria, chorou muito, abraçando-a, apertando-a ao peito.
Eu fiquei quieta sem me interferir. Era encontro de neta e avô, pela primeira vez.
Papai saiu. Deste dia em diante, ele começou a vir mais vezes em casa e todas as vezes brincava com Rogéria, saía para passear com ela. Pareci gostar muito dela. Mas eu, nada. Não tinha diálogo entre nós dois...