MARCADA - Capítulo III

- "Seu" Jósé Martins, aonde estão Cláudio e Sérgio? - perguntei quando "seu" José Martins entrou lá em casa.

- Sérgio está inconsolável, minha filha, eu já fiz de tudo, já tentei explicar-lhe, mas ele não entende e quer ver o pai.

- Se ele quiser vir para cá, o senhor faça o favor de trazê-lo. Eu agradeço muito o senhor ter olhado eles para nós.

"Seu" José Martins se retirou. Logo depois trouxe Sérgio.

- Mamãe, onde está papai? Eu quero ele.

Mamãe conversou um pouco com ele. Nem sei o que mamãe falou.

Logo depois veio dona Alzira, esposa do Dr. Edson, onde estavam Patrícia e Juliana e me disse que iria trazer as meninas.

Eu fiquei com treze anos, Cláudio com onze, Sérgio com nove, Patrícia com sete e Juliana com cinco. Eu que tive mais tempo para curtir papai. Ele tinha verdadeira adoração pela família.

Ficamos naquela agonia por muitos dias. Quando fez uma semana meus tios foram embora e nós ficamos apenas os seis em casa.

Mamãe foi melhorando aos poucos. Os vizinhos sempre dando uma força...

Quinze dias depois ficamos sabendo que foram três ladrões que mataram meu pai. Eles foram tentar roubar um carro e papai reagiu.

Mamãe começou a trabalhar, eu como sempre cuidando da casa e dos meninos.

Um dia mamãe chegou em casa com um notícia:

- Cristina, Dr. Gustavo me disse que precisa do apartamento, porque o outro garagista tem família e precisa do apartamento para morar.

- Deus dará um jeito, mamãe! - falei confiante.

Isto mamãe me falou à noite. No outro dia, chegou tio Jordelino, de Goiânia.

- Marilda, eu vim para te buscar. Arrumei um emprego para você, de merendeira em um colégio e lá perto de nós você terá mais condições de criar seus filhos. - disse tio Jordelino depois de conversar bastante.

Falamos muito do futuro.

Arrumou-se tudo, nossa transferência para Goiânia. Dentro de cinco dias já estávamos de mudança.

Chegamos e começamos uma nova vida.

Mamãe sempre trabalhando. Além do trabalho no colégio ela fazia salgados e bolos para festas de aniversário, casamentos e batizados. Eu estudava à noite.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 31/07/2006
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